Aplicativo do Magazine Luiza apresenta nova forma e denúncia

No Brasil, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas em 2019. Em março deste ano, já na quarentena, os casos de violência contra a mulher subiram 45% no Estado de São Paulo em comparação com o mesmo período do ano passado. No Rio de Janeiro o crescimento é de 50%.
Em meio a isso, o botão de denúncia para violência doméstica, disponível desde o ano passado no aplicativo do Magazine Luiza de forma discreta, viralizou nas redes sociais na última semana. Agora, a empresa anuncia novas melhorias na funcionalidade.
A primeira mudança foi na aparência da tela, que deixa de ter uma cor específica e fica muito parecida com a de um carrinho de compras. A intenção é ser ainda mais discreta.
Se antes a única opção era ligar para o 180, a Central de Atendimento à Mulher, agora é possível também ligar para o 190 em caso de emergência ou abrir um chat para o atendimento via Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Auxilio
Segundo a empresa, essa é uma forma de auxiliar em diferentes momentos e modos. A situação complicada nem sempre permite que a mulher ligue quando está perto de um agressor; em outros casos, a vítima pode não estar familiarizada com mecanismos de texto.
De acordo com a mensagem no app da companhia, 99% das mulheres não conhecem o 180 para denúncia e a divulgação da funcionalidade é também uma forma de falar abertamente sobre o tema e apoiar as mulheres para que elas não se sintam sozinhas e tenham segurança para denunciar.
Para isso, o Magazine Luiza tornou formal um comitê — pois já tinha parceiras há pelo menos três anos — com Sílvia Chakian, promotora de Justiça do grupo especial de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, Elizabeth Scheibmayr, advogada que atua no comitê de igualdade racial do grupo Mulheres do Brasil e Jacira Melo e Marisa Sanematsu, do Instituto Patrícia Galvão.

Consistência nas ações
O Magazine Luiza pretende continuar abordando o tema para também educar a população. No Dia da Mulher de 2018 a empresa lançou a campanha #EuMetoAColherSim, na qual uma colher com o número 180 foi vendida por R$ 1,80 e o valor redirecionado para o Instituto Patrícia Galvão.
No dia 18 de maio, um post no Instagram parecia anunciar produtos de beleza também por R$ 1,80, mas, na verdade, era um pretexto para divulgar o número de telefone de apoio.
No canal de denúncias interno do Magazine Luiza, além de receber relatos sobre o que acontece dentro da empresa, há a opção de denunciar violência doméstica. Desde 2017, quando a coleta desses depoimentos começou, foram 392 denúncias entre os cerca de 35 mil funcionários.

Cartilha lançada em Ribeirão Preto conscientiza sobre o tema

Uma cartilha gratuita foi criada para ajudar vítimas de violência doméstica em Ribeirão Preto. O documento elaborado por diferentes entidades pode ser acessado e baixado pela internet.
O material intitulado “Mulher, Vire Essa Página” apresenta orientações gerais, canais de denúncia e serviços de apoio disponíveis na cidade.
O trabalho é resultado de uma parceria do Anexo de Violência Doméstica e Familiar de Ribeirão Preto, com Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Núcleo de Assistência Social e Grupo de Pesquisa em Criminologia, além de design e ilustrações do Projeto Efêmera.
Além do meio eletrônico, os idealizadores buscam alternativas para que a cartilha possa ser obtida na versão impressa. Em todo o país, 1.314 mulheres morreram por feminicídio em 2019.
A Justiça estima que em Ribeirão Preto, por mês, são emitidas 100 medidas protetivas e instaurados 100 inquéritos policiais por violência doméstica, além de seis mil processos judiciais em andamento no Anexo da Violência Doméstica.
A cartilha pode ser baixada gratuitamente pelo link https://www.yumpu.com/pt/document/read/63403533/cartilha-maria-da-penha.