Após quatro meses de paralisação de exames preventivos contra o câncer, o Hospital de Amor de Barretos (SP) retomou os atendimentos com protocolos de segurança e uma fila de espera de pelo menos um ano e meio para atender os 80 mil pacientes que aguardam serem chamados.
Uma das primeiras a ser chamada, a dona de casa Lígia dos Santos descobriu a suspeita de câncer de mama quando uma carreta de exames passou por Matão (SP), onde ela mora, e ascendeu o sinal de alerta.
A paciente procurou o hospital em novembro, fez um ultrassom, mas não pôde dar continuidade aos exames, que estavam marcados para maio. Agora, com a retomada no início de julho, Lígia finalmente fez a mamografia que há meses a deixava preocupada.
Fila de prioridade
Os atendimentos serão organizados por prioridade. Primeiro, serão chamados pacientes que já começaram a investigar a suspeita de câncer e fizeram exames preliminares que apontaram alto risco de desenvolver a doença.
Em seguida, serão atendidos aqueles com risco considerado intermediário e, por último, indivíduos que buscam realizar os primeiros exames para investigar a suspeita do câncer. Todos eles receberão documentos com orientações para evitar o risco de contaminação por Covid-19.
Outro fator que deve nortear a marcação dos exames é uma ferramenta digital do hospital que leva em consideração dados como a quantidade de casos de coronavírus e taxa de ocupação dos leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria na cidade onde os pacientes vivem.
Com as informações, o sistema deve informar o hospital qual é o risco de contágio de atender pacientes de determinada cidade e quantos deles podem ser marcados por dia. Os protocolos servem para manter os pacientes e funcionários em segurança.
A médica radiologista Sílvia Sabino, que faz exames como a mamografia, diz que o retorno é de extrema importância para os pacientes. “O câncer de mama não respeita pandemia. Ele não sabe que ela está acontecendo”, afirma.
Radio e quimioterapia
Os pacientes que já foram diagnosticados com câncer antes da pandemia estão sendo atendidos desde o final de abril, após uma paralisação que durou três dias por ordem da Justiça a pedido do Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Ribeirão Preto e Região (Sindees).
O Tribubal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região determinou a volta dos funcionários do Hospital de Amor ao trabalho ao considerar que o afastamento poderia provocar danos graves e de difícil reparação às atividades desenvolvidas na instituição.
Fonte: www.g1.globo.com