Poder Público, FE e Santa Casa não medirão esforços para tornar este nosso sonho em realidade
O Governo Federal anunciou que não abrirá cursos de Medicina no Brasil pelos próximos cinco anos. O que parecia ser uma barreira para Ituverava – que há anos pleiteia um curso de Medicina – acabou se tornando mais um incentivo para que autoridades e população trabalhem ainda mais com dedicação para tornar esse sonho realidade.
O sonho teve início quando Prefeitura (na época tendo como prefeito o empresário Walter Gama Terra Júnior), Fundação Educacional de Ituverava e Santa Casa, incentivados pelo jornal Tribuna de Ituverava, se uniram para pleitear o curso superior de Medicina.
O que as autoridades perceberam naquela época é que o curso traria inúmeros benefícios ao município: consolidaria ainda mais Ituverava como um polo regional de Educação e Saúde; geraria empregos; beneficiaria a economia, entre outros aspectos positivos.
Logo que a luta começou, no entanto, a cidade esbarrou em um obstáculo: o curso de Medicina só poderia funcionar em cidades acima de 70 mil habitantes e com 250 leitos hospitalares para atenderem o SUS.
A FE elaborou um projeto que foi encaminhado aos Ministérios da Educação e da Saúde.
As exigências que o município deveria atender eram: número de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) equivalente ao número de alunos do curso; existência de Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD); número de alunos por Equipe de Atenção Básica (EAB); existência de leitos de urgência e emergência ou Pronto-Socorro; grau de comprometimento dos leitos do SUS para utilização acadêmica; existência de Programas de Residência Médica nas especialidades prioritárias, conforme legislação de vigência; adesão pelo município ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ); existência de Centro de Atenção Psicossocial (Caps), e Hospital de Ensino ou Unidade Hospitalar com potencial para ser certificado como hospital de ensino, conforme legislação de regência.
Com relação ao número de leitos necessários para cada aluno, Ituverava fez parceiras com os municípios vizinhos, para que esse critério fosse cumprido. Dessa forma, Ituverava tentou se enquadrar ao edital como polo regional de Saúde, entretanto, não obteve êxito.
A luta continua
No ano passado, foi anunciado um novo edital que, ao contrário do que havia ocorrido no anterior, Ituverava, atendia plenamente o que o edital determinava. No entanto, não contemplava a região Sudeste do país, o que deixou Ituverava de fora mais uma vez.
Agora, com o anúncio de que não serão abertos novos cursos de Medicina pelos próximos cinco anos, a cidade se prepara para aperfeiçoar a sua estrutura para atender plenamente todos os requisitos os próximos editais para abertura de curso.
Para isso, a Fundação Educacional de Ituverava e a Santa Casa de Ituverava estão passando por ampliações. Além disso, a prefeita Adriana Quireza Jacob Lima Machado já se dispôs a não medir esforços para que esse sonho se torne realidade. Ela, inclusive, se pronunciou sobre o assunto nesta semana, assim como o juiz Renato César Trevisani, titular da Vara do Trabalho de Ituverava (confira abaixo).
Apoio político
O apoio político para que o curso seja implantado em Ituverava é de extrema importância. Por isso, nas eleições do ano que vem é fundamental que a população vote de maneira consciente, priorizando candidatos que realmente se comprometam com a cidade e com essa importante causa.
A Tribuna de Ituverava – uma das grandes entusiastas do projeto – sugere que se elabore um termo de compromisso para que todos os candidatos, seja a governador, senador, deputado federal ou estadual, que visitarem Ituverava, assinem, para documentar seu comprometimento com a instalação do curso de Medicina na cidade, caso eleitos.
“Essa pausa de cinco anos pode ser muito positiva para trazer o curso de Medicina para Ituverava. Nesse período, intensificaremos nosso trabalho político, para conseguirmos ainda mais aliados para que essa conquista esteja cada vez mais certa.
Desde já, me coloco à disposição da Fundação Educacional de Ituverava para buscarmos atender todas as exigências. Nesse período estarmos cada vez mais próximos de realizar esse sonho”.
Adriana Quireza Jacob Lima Machado, prefeita municipal de Ituverava
“Como eu disse noutra oportunidade voltada à construção da Nova Santa Casa: ‘quem planta tâmaras, pode não colhê-las’. Mas, se todos pensassem assim… não teríamos tâmaras! De fato, é um desejo de realização que nos move, como bem dito por Carlos Drummond de Andrade ‘ao menos, quero ter o desejo de ter desejos’. Assim deve ser nesta nova empreitada em busca do curso de Medicina como forma complementar de melhorar ainda mais as prestaçõezs e comodidades sociais, principalmente no campo da saúde.
E eu acredito nas forças políticas de Ituverava, acredito nas pessoas, acredito na vontade, na confiança, ‘como a palmeira confia no vento’. Aqui, a população é ordeira, trabalhadora, com poucas desditas sociais, estas que são rapidamente corrigidas eis que as autoridades cumprem cada qual o seu papel institucional. Aqui se tem em grande escala a filantropia (phylos = amor, tropo = homem). E este ‘amor à humanidade’ é desenvolvido por um contingente de voluntários. Prefiro não citar nomes, mas, saibam, todos, que o Grande Arquiteto do Universo, a cada ato, registra tais créditos na nossa corrente. E é exatamente esta a base do primado antropológico contido na nossa Constituição Federal, também chamada de Constituição Cidadã, ao valorizar o ser humano, como um dos fundamentos da República. Ituverava é uma cidade universitária e se sustenta por vários pontos.
Temos uma agropecuária que é notável, ensino de alta qualidade com reconhecimento nacional, com destaques na área da Agronomia, na Medicina Veterinária, Engenharia e outros. E nesta linha de estudos, registro que a OAB se esmera para propiciar aos Srs. Advogados constante atualização, com encontros, palestras e cursos. Ganha o jurisdicionado, ganha o administrado, ganha a comunidade!
E a Saúde ainda é a maior preocupação mundial, mesmo considerando o desemprego, a corrupção, a pobreza e a violência.
Ituverava apresenta uma população (IBGE 2017) de aproximadamente 41.500 pessoas, o que atrai uma densidade demográfica de 54,89 habitantes por km2 (considerada excelente). Aqui se observa uma baixa taxa de mortalidade infantil para crianças de até um ano de idade, na ordem de 1,4 por cada mil habitantes, graças aos níveis de saúde, alimentação, educação e assim, num contexto de desenvolvimento humano apresenta uma taxa centrada em 0,8, considerado excelente.
Destaque, também, para a expectativa de vida de 87,13 anos, esta que supera e muito a média nacional. Dessarte, além de citar aqui outros índices, a exemplo da renda e níveis de educação, pretendo destacar a altíssima taxa de alfabetização que alcança 98,1%, registre-se, percentual observado em países de primeiro mundo.
E é com base nestes fatos que já vislumbro os estudos, os aprimoramentos, as pesquisas, enfim, a cura. A decisão do Governo Federal em suspender os credenciamentos voltados aos cursos de medicina se deu em virtude de desleixo, abandono e falta de interesse por parte das mantenedoras, o que aqui não será observado. Antes, pelo contrário, esta lição de casa será muito bem feita.
Valendo-me dos poetas e da música,
……
Minha Ituverava
Sou o mesmo rapaz
Bebi da cachoeira
Tenho sede e quero mais
Contem comigo. Podem contar comigo!
“A Utopia está lá no horizonte, distante…. eu me aproximo dois passos e ela se afasta dez. Caminho dez passos e o horizonte corre cem passos ….. Por mais que eu me aproxime e caminhe, jamais alcançarei. Mas, então, pra que serve a utopia? Serve para isto…. para que eu não deixe de caminhar”.
Renato César Trevisani, Magistrado, Titular da VT de Ituverava e PAJT de Igarapava
