
Ribeirão Preto concentra um dos principais polos de pesquisa da temática no mundo, com estudos sobre o potencial antidepressivo da bebida, o impacto no estresse pós-traumático e até na autoimagem de mulheres. Laboratório recruta voluntários para novas investigações.
A ayahuasca tem impactos positivos sobre a saúde mental? A resposta para a pergunta é buscada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) há pelo menos 20 anos.
O trabalho vem sendo desenvolvido no Laboratório de Estudos com Alucinógenos Psicodélicos e Saúde Mental (PhantasticalLab), vinculado ao Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Trata-se do principal polo mundial de investigação sobre o tema, segundo o ranking da Expertscape, plataforma que contabiliza artigos publicados na PubMed, principal motor de buscas do mundo na área da saúde.
Uma nova leva de estudos relacionando a ayahuasca com diversas situações psicológicas será realizada nos próximos meses e, para isso, os pesquisadores buscam voluntários na região de Ribeirão Preto (veja como ser voluntário abaixo).
A ayahuasca é uma bebida psicoativa utilizada tradicionalmente em rituais religiosos indígenas, considerada sagrada para diversos povos. De origem amazônica, concentra um composto de ervas distintas preparadas especificamente para a realização dos rituais. Em tradução livre e poética, ayahuasca pode ser chamada de “vinho das almas” ou “cipó dos espíritos”.
Os efeitos alucinógenos existem a partir da combinação de substâncias encontradas em plantas como o cipó Banisteriopsis caapi e folhas de Psychotria viridis, que juntas realizam interações químicas necessárias para a alteração cerebral momentânea.
Estudos em andamento
O professor Rafael dos Santos, biólogo e doutor em farmacologia, é um dos maiores pesquisadores do mundo sobre a temática e um dos coordenadores do laboratório. Ele explica que atualmente são cerca de seis estudos em andamento relacionados à relação entre a bebida e a saúde mental.
Os estudos buscam avaliar o efeito da ayahuasca ou cetamina nos seguintes casos:
- Transtorno Depressivo Maior (TDM);
- Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT);
- Ciclo menstrual e nos sintomas de tensão pré-menstrual (TPM);
- Avaliação de personalidade e cognição;
- Efeito analgésico de uma dose oral de ayahuasca ou de cetamina;
- Na percepção corporal e da autoimagem em mulheres.
Os pesquisadores estão buscando voluntários para cada um desses estudos. Para saber como se voluntariar, é possível acessar a página da USP.
Fonte: https://g1.globo.com/