Boletim Epidemiológico de 2018 estima que 866 mil pessoas vivam com o HIV no Brasil

Com o objetivo de conscientizar sobre a Aids, a Campanha Dezembro Vermelho é realizada simultaneamente em diversos países, inclusive no Brasil. De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids, divulgado no final de 2018, estima-se que 866 mil pessoas vivam com o vírus no Brasil. Nos últimos quatro anos, a taxa de mortalidade pela doença passou de 5,7 óbitos/100 mil habitantes, em 2014, para 4,8 óbitos/100 mil habitantes, em 2017.
Vale lembrar, no entanto, que ter HIV não significa ter Aids. Uma pessoa contagiada pelo vírus (soropositiva) pode viver anos sem desenvolver a doença. No entanto, ela pode transmitie para outras pessoas por meio de relações sexuais.
Após a entrada do agente infeccioso no organismo, os primeiros sintomas são parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 135 mil pessoas vivam com o HIV sem saber.
O HIV é o vírus que pode levar à Aids, mas não é regra. O agente infeccioso ataca as células de defesa do organismo, mas, mesmo diante das rápidas mutações, os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Isso não deixa o corpo mais vulnerável a outras doenças e esse período sem sintomas pode durar muitos anos.
Sistema imunológico
A Aids surge quando, devido aos constantes ataques do HIV, o sistema imunológico passa a funcionar com menos eficiência, até as células de defesa serem destruídas. Esse estágio mais avançado da infecção deixa o organismo cada vez mais fraco e é passível de contrair outras enfermidades. Isso varia de uma pessoa para outra, dependendo de como o sistema imunológico age para combater o vírus.
Porém, antes que se chegue a esse estágio mais crítico, uma pessoa portadora de HIV pode se tratar com medicamentos antirretrovirais, que vão garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a Aids.
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. É um organismo biológico que ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo contra doenças. As células mais atingidas são os glóbulos brancos, ou leucócitos, cujo DNA é alterado pela ação do agente infeccioso. Por meio dessas mudanças, o HIV se multiplica e busca outras estruturas para atacar.
Tempo
O tempo entre a exposição ao vírus e o surgimento dos primeiros sintomas é chamado de incubação e pode durar de três a seis semanas. Já o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir corpos anti-HIV. Os primeiros sintomas da infecção são parecidos com os de uma gripe e incluem febre e mal-estar.
Depois disso, a pessoa pode passar anos sem apresentar sintomas, pois o sistema imunológico leva um tempo até ser abalado de maneira considerável. Caso a infecção fique mais forte, com destruição das células que protegem o organismo, os sintomas mais comuns são febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
Em um estágio mais avançado, de baixa imunidade, o corpo fica mais suscetível a contrair outras doenças e a pessoa desenvolve a Aids. Se não houver tratamento adequado e precoce, o indivíduo pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.
Testes para detectar o HVI estão disponíveis diariamente
Em Ituverava a questão da Aids ainda preocupa, pois o número de pessoas infectadas é grande, só não é divulgado por segurança e por orientação da Gerência de Vigilância Epidemiológica de Franca (GVE).
No entanto, estudo mostra avanços para que se tenha uma ideia, até 2020, 90% das pessoas com HIV devidamente diagnosticadas, 90% delas realizando tratamento com antirretrovirais e, deste grupo, 90% com carga viral indetectável.
“O Ministério da Saúde estima que 135 mil pessoas são portadoras de HIV no Brasil e não sabem. Com base nessa estimativa, a campanha lançada em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids incentiva as pessoas que se colocaram em risco, a procurar uma unidade de saúde para realizar o teste rápido”, afirma a diretora técnica do Centro de Saúde II e enfermeira do ambulatório de DST, Fernanda Galdeano Costa.
“Considerando o período entre 1980 e junho de 2019, foram detectados 966.058 casos de AIDS no país. Os últimos dados mostram que a pessoa diagnosticada com HIV tem praticamente o mesmo tempo de vida que uma pessoa que não vive com o vírus, mas isso é possível somente quando a doença é diagnosticada precocemente”.
Ela ainda ressalta que, se o indivíduo infectado pelo HIV mantiver o tratamento regular, pode garantir uma vida normal. “Mas, para isso repito, é importante o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento imediatamente”, alerta Fernanda.
Campanha
“A Campanha ‘Fique Sabendo’ foi encerrada dia 9 de dezembro e, em Ituverava, 238 pessoas passaram por testes para diagnóstico do HIV, sífilis e hepatite B e C. Os testes ainda continuam sendo realizados diariamente na rotina de todos os Postos de Saúde da Família e no Centro de Saúde (Centro de Testagem e Aconselhamento), de segunda à sexta-feira, das 8h às 16h”. observa.
Para fazer o teste, a orientação da profissional é procurar uma unidade de saúde mais próxima, portando documento com foto. “Infelizmente, no ano de 2019, 75% dos pacientes receberam o diagnóstico tardiamente, principal fator que acarretou todos os óbitos no ano”, completa a enfermeira Fernanda Galdiano.
Como saber se tenho HIV?
Caso você tenha tido algum comportamento de risco, como transar sem camisinha, procure uma unidade de saúde para fazer o teste anti-HIV. O diagnóstico é feito por meio da coleta de sangue ou saliva. No Brasil, há exames laboratoriais e testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos.
Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Encontre aqui um serviço de saúde mais próximo.
Além do exame, se informe sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis.
Esclareça sobre algumas das principais dúvidas sobre o vírus HIV e a doença
O HIV é uma infecção sexualmente transmissível, ou seja, pode ser transmitida por meio de relação sexual desprotegida (sem camisinha), seja ela vaginal, anal ou oral. Mas há outros meios de contrair o vírus: uso de seringa por mais de uma pessoa; transfusão de sangue contaminado; de mãe infectada para o próprio filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; e uso de instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Há alguns mitos que envolvem a transmissão do vírus, o que leva a preconceitos e exclusão social de pessoas que tem HIV. A contaminação pelo vírus não ocorre se houver uso correto da camisinha durante o sexo; masturbação a dois; beijo no rosto ou na boca, aperto de mão ou abraços. Suor, lágrimas e picada de inseto também não transmitem o vírus, que também não passa de uma pessoa a outra por meio do ar. Confira algumas informações sobre o vírus e a doença:
Como é o tratamento para HIV?
Para controlar a doença e prevenir a evolução para a Aids, pessoas soropositivas, ou seja, diagnosticadas com o HIV, devem se medicar com antirretrovirais. Esses remédios impedem a multiplicação do vírus no organismo e, consequentemente, o enfraquecimento do sistema imunológico. A adesão ao tratamento de forma correta é muito importante para que a infecção não se agrave.
Onde buscar tratamento para HIV?
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) todos os medicamentos antirretrovirais. Desde 2013, o setor público garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV. Consulte-se em uma unidade de saúde.