Campanha Março Azul-Marinho alerta sobre os riscos do câncer colorretal

A doença é caracterizada por tumores que acometem o intestino grosso, principalmente nas regiões chamadas de colo, reto e ânus

Segundo análise IESS, os casos da doença aumentaram 80,3% no Brasil entre 2015 e 2023

Março é um mês marcado por diversas campanhas e iniciativas que buscam conscientizar a população sobre temas importantes.
Uma delas é o Março Azul-Marinho, que alerta para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer colorretal.
A doença é caracterizada por tumores que acometem o intestino grosso, principalmente nas regiões chamadas de colo, reto (final do intestino) e ânus.
Quando prevenida e diagnosticada precocemente, as chances de cura aumentam.
O câncer colorretal é formado a partir de pólipos intestinais, ou seja, lesões benignas que se não forem detectadas e tratadas podem levar ao surgimento do câncer.

Estimativa
O Instituto Nacional do Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, estima em 46 mil novos casos da doença para cada ano do triênio 2023-2025 no Brasil.
Esse número representa 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo 21.970 entre homens e 23.660 entre mulheres.
Outro dado do Inca indica que, até 2030, a probabilidade de óbito prematuro por câncer de intestino pode aumentar em 10% entre pessoas de 30 a 69 anos.

Doença cresceu 80% no Brasil em 8 anos
Segundo uma análise do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), os casos de câncer colorretal, o terceiro tipo mais letal da doença, aumentaram 80,3% no Brasil entre 2015 e 2023.
O levantamento, que utilizou dados de diagnósticos e atendimentos realizados por planos de saúde, revela um cenário preocupante para os 51,5 milhões de brasileiros que contavam com assistência privada em novembro de 2024.
O estudo, intitulado “Câncer Colorretal Na Saúde Suplementar: Tendências e Desafios”, alerta para a necessidade de campanhas de conscientização e programas de rastreamento como medidas essenciais para reduzir a incidência e a mortalidade da doença no país.
Entre os fatores de risco associados à doença estão o consumo de carnes processadas, tabagismo, bebida alcoólica em excesso, sedentarismo e histórico familiar.

Principais sinais e sintomas do câncer colorretal
Os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados); dor ou desconforto abdominal; fraqueza e anemia.
Além de perda de peso sem causa aparente; alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas) e massa (tumoração) abdominal.
Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorroidas, verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento específico.
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.

Prevenção
A maior incidência do tumor acontece em pessoas com mais de 50 anos que levam uma vida sedentária.

Tipo mais frequente de câncer colorretal
Existem alguns tipos de câncer colorretal, no entanto, a grande maioria deles são adenocarcinomas, ou seja, tumores malignos que surgem de adenomas (pólipos) que se projetam a partir da parede interna do intestino.
Este tipo representa 97% dos casos de câncer colorretal, de acordo com a oncologista.
Os 3% restantes são divididos em: tumores carcinóides, tumores estromais gastrointestinais (GIST), linfomas e melanomas.

Quem tem maior risco de desenvolver o câncer colorretal
Ainda que hábitos de vida saudáveis diminuam o risco do câncer colorretal, alguns fatores não são evitáveis.
De acordo com o Inca, pessoas acima dos 50 anos têm um risco maior de ter câncer colorretal do que faixas etárias mais baixas.
Isso é visto na prática, segundo o Radar do Câncer, que mais de 80% dos pacientes diagnosticados com esse câncer entre 2018 e 2022 tinham mais de cinquenta anos.
Fatores genéticos também podem influenciar. Além disso, ter um histórico familiar da doença também aumenta as chances, principalmente se a pessoa diagnosticada é um parente de primeiro grau (pais, irmãos ou tios)
Além disso, outras doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa ou a Doença de Crohn, também aumentam o risco do câncer colorretal.

De acordo com o Ministério da Saúde, 30% dos diagnósticos do câncer colorretal poderiam ser evitados a partir de hábitos saudáveis simples, tais como:

  • Ter alimentação variada, com pelo menos três porções de frutas e três porções de verduras e legumes ao dia e consumir, preferencialmente, cereais integrais como arroz, aveia, cevada, trigos e outros
  • Exercitar-se regularmente
  • Beber pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia
  • Reduzir o consumo de carnes vermelhas (máximo 500g por semana), principalmente na chapa ou na forma de fritura, grelhado ou churrasco
  • Evitar carnes salgadas e processadas como presunto, mortadela, bacon, linguiça, salsicha e outros embutidos e defumados
  • Manter o peso adequado para altura
  • Não consumir bebidas alcoólicas em excesso
  • Não fumar