
A nova regra entrou em vigor neste ano e busca o equilíbrio entre uso de tecnologia e interação de alunos
O ano letivo começou na Etec “Professor José Ignácio Azevedo Filho” com uma surpresa positiva para a equipe gestora da escola.
Logo na primeira semana de aula, a direção e a coordenação notaram uma boa adaptação dos estudantes à rotina escolar, diante das recentes mudanças na legislação que proíbe o uso de celulares em sala de aula.
Segundo a direção da escola, as opiniões entre os alunos ainda são diversas e muitas vezes resistentes às novas regras
“As ocorrências de alunos que ainda tentaram utilizar o celular durante as aulas foram mínimas, o que demonstra uma compreensão e aceitação das novas diretrizes”.
“Fora do ambiente de sala de aula, os estudantes também têm encontrado alternativas mais saudáveis e interativas para os momentos de lazer”, disse.
“No intervalo e no horário de almoço, onde antes o celular era uma presença constante, observa-se uma mudança significativa de hábitos. Muitos alunos têm optado por conversas presenciais com os amigos, leituras individuais e visitas à biblioteca”, observa.
“Houve um aumento notável no número de estudantes frequentando o espaço de leitura e trazendo livros para os momentos de descanso no pátio”, destaca.
Alternativas educativas
A equipe gestora da Etec também implementou iniciativas para estimular atividades recreativas fora das telas. Jogos de tabuleiro, como xadrez e damas, foram disponibilizados aos alunos, assim como mesas de tênis de mesa.
“O resultado tem sido tão positivo que a direção já planeja aumentar o número de mesas e jogos disponíveis, devido à grande procura e interesse demonstrado pelos alunos”, afirma a direção.
“Essas percepções reforçam a importância da redução do uso excessivo de telas pelos jovens. A interação presencial e a busca por atividades intelectualmente estimulantes contribuem para um ambiente escolar mais dinâmico e saudável”.
“Com a adesão dos alunos e o suporte da escola, a transição para uma rotina acadêmica com menos dependência do celular tem tudo para ser um sucesso”, observa.
Feedback
A aluna Stefany Aparecida Lemes Bernardes, do 3º ano de Ensino Médio com Habilitação Técnica em Meio Ambiente compartilha sua opinião sobre a nova regra.
“A proibição do uso do celular tem sido boa, porque conseguimos socializar mais e prestar atenção nas aulas.
Por outro lado, sinto falta de poder falar rapidamente com minha família quando preciso. Acho que um equilíbrio entre essas questões seria o ideal”, observa.
Resistência
Já o aluno Eduardo Henrique Machado dos Santos, do 3º ano de Ensino Médio com Habilitação Técnica em Serviços Jurídicos, destaca que no começo estava resistente a regra de proibição do celular nas escolas, mas que aos poucos passou a enxergar os benefícios da nova regra.
“No começo, achei absurda e desnecessária a lei que proibia o uso de celulares nas escolas. Vivemos na era da tecnologia, onde estamos sempre conectados, seja para estudar ou para nos comunicar, até mesmo no lazer”.
“A ideia de não poder usar o celular parecia autoritária e impossível de lidar”, afirma.
“A impressão de ser algo impossível ou até autoritário demais se instaurou não só na minha cabeça, mas acredito que também na de todos os meus colegas”.
“Nos perguntávamos o que faríamos sem ele. No entanto, com o tempo, percebi que a medida, embora abrupta e, ao meu ver inicialmente mal planejada, não era tão ruim quanto parecia”, disse.
Adaptação
Ele conta que adaptar-se foi difícil, mas sem a distração do celular, conseguiu se concentrar mais nas aulas e absorver melhor o conteúdo.
“Também passei a me comunicar mais pessoalmente com meus amigos e até com novos colegas, tornando o ambiente mais agradável”, ressalta.
“Apesar dos benefícios, acredito que a lei precisa de ajustes, como permitir o uso do celular no intervalo ou no almoço, já que é um momento de descanso”, sugere o aluno.
“Também acho que forçar a socialização não é a melhor forma de incentivar a interação, especialmente para quem tem dificuldade, no começo eu não entendi bem a proposta da lei, mas hoje vejo que ela traz benefícios dentro da sala de aula, elevando o nível e a qualidade do aprendizado”, pontua.
“Expresso minha opinião não apenas como aluno, mas também como alguém que foi diretamente afetado por essa lei”, completa Eduardo Machado.