Desde a Grécia Antiga, passando pelo trabalho de William Shakespeare, o teatro tem proposto importantes reflexões à humanidade. Abaixo, quatro peças modernas que fazem isso muito bem (com direito a várias reviravoltas):
Assim é (se lhe parece) (Luigi Pirandello)
Nesse clássico da dramaturgia moderna, o autor italiano traz um enredo em que sogra e genro apresentam versões diferentes de uma mesma história, o que leva os outros personagens (além de leitores e espectadores) a procurar a verdade.
O Deus da Carnificina (Yasmina Reza)
A peça de Yasmina Reza, adaptada para o cinema por Roman Polanski, tem uma premissa simples: após uma criança agredir a outra, os pais de ambas se encontram para conversar sobre a situação.
O que começa como um diálogo leve e bem intencionado entre os dois casais, logo abre espaço para revelações, acusações e agressividade.
A escrita de Yasmina Reza é capaz de criar uma atmosfera de tensão e de expor com precisão a complexidade humana.
Eles não usam black-tie (Gianfrancesco Guarnieri)
Na peça que deu origem ao filme do cineasta Leon Hirszman, um líder sindicalista organiza uma greve contra as explorações de uma metalúrgica e, assim, trava uma batalha com o filho, que trabalha no mesmo local, mas opta por furar a greve.
Entre quatro paredes (Jean Paul Sartre)
Nessa obra clássica do filósofo existencialista, os personagens Joseph Garcin, Inês Serrano e Estelle Rigault acordam numa sala de espera após a morte e percebem, pouco a pouco, que o convívio forçado entre pessoas tão diferentes pode ser ainda mais assustador que as torturas físicas do inferno.
Bruno da Silva Inácio é jornalista, mestre em Comunicação e pós-graduado em Literatura Contemporânea, Política e Sociedade e Cultura e Literatura. Atualmente cursa quatro especializações (Cinema, Teoria Psicanalítica, Antropologia e Gestão da Comunicação) e reside em Uberlândia, onde trabalha como assessor de imprensa da Prefeitura.
É autor dos livros “Gula, Ira e Todo o Resto” e “Devaneios e alucinações”, participante de outras quinze obras literárias e colaborador da Tribuna de Ituverava e dos sites Obvious, Provocações Filosóficas e Tenho Mais Discos que Amigos.
Também manteve, entre 2015 e 2019, a página “O mundo na minha xícara de café”, que chegou a contar com 250 mil seguidores no Facebook.