O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela OMS como uma data simbólica de conscientização
O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.
Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). O vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+ e o vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde e a Unaids, a cada 15 minutos uma pessoa é infectada com o vírus. Em São Paulo, sete pessoas morrem por dia, com doenças relacionadas à Aids.
Cerca de 920 mil brasileiros vivem com HIV. Deste total, 89% foram diagnosticados, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas que fazem o tratamento já não transmitem o HIV, por terem atingido a carga viral indetectável.
Os indicadores do Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde, publicado em 2020, mostraram que, no Brasil, os homens predominam os casos de infecção com 69,4%, contra 30,6% em mulheres. O que indica 26 homens para cada dez mulheres infectadas.
De acordo com boletim, verificou-se que 51,6% dos casos em homens foram decorrentes de exposição homossexual ou bissexual, 31,3% heterossexual e 1,9 % se deram entre os usuários de drogas injetáveis. Já entre as mulheres, foi identificado que 86,6% dos casos são resultantes da exposição heterossexual e 1,3% entre usuárias de drogas injetáveis.
Em faixa etária, o grupo mais afetado pela doença é o de pessoas que possuem entre 20 e 34 anos, representando 52,7% dos casos.
HIV/Aids no mundo
No âmbito mundial, cerca de 37 milhões de pessoas vivem com HIV, de acordo com as estatísticas de 2020, publicadas pela Unaids. Destas, 1,5 milhão foram infectadas recentemente e 70% possuem acesso à terapia antirretroviral.
Dados de São Paulo
Dados inéditos da Secretaria de Estado da Saúde mostram que o Estado de São Paulo registrou queda de 44,8% na taxa de mortalidade por Aids e de 42% na incidência de casos da doença nos últimos dez anos. Os índices refletem a melhoria nas estratégias de prevenção e assistência na rede pública de saúde.
A queda de óbitos está relacionada principalmente ao acesso a tratamento antirretroviral, disponível gratuitamente no SUS. Em números absolutos, houve 1.880 vítimas fatais da doença no ano passado, contra 3.141 em 2010. Naquele ano, houve também 8.521 casos novos de aids, e em 2020, este número chegou a 5.363 casos.
“A redução dos índices da Aids é fruto de políticas públicas promovidas pelo Governo do Estado e da conscientização da população, lutando sempre contra o estigma e discriminação envolvendo HIV/Aids.
Incentivamos permanentemente o autocuidado por meio da realização de testes periódicos e do uso da prevenção combinada”, destaca o Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Detecção do HIV
As novas estatísticas do Programa Estadual IST/Aids mostram crescimento de 19,6% no número total de casos de infecção pelo HIV nos últimos dez anos, passando de 5.295 em 2010 para 6.332 em 2020. Para os homens elevou-se em 40% (de 3.667 para 5.133), e observou-se queda de 26,4% para as mulheres (de 1.628 para 1.199).
O crescimento pode ser observado especialmente nas taxas de detecção de novas infecções pelo HIV em homens, que elevaram-se de 8,4 para 14,3 por 100mil habitantes na faixa etária 15 a 19 anos; de 33,7 para 62,3 em jovens de 20 a 24 anos; em adultos de 25 a 29 anos de 39,3 para 72,8 e de 34,4 para 39,2 por 100 mil habitantes do sexo masculino de 30 a 39 anos de idade, entre os anos de 2010 e 2020, respectivamente.
Testes
O Estado de São Paulo oferta testes para HIV e sífilis gratuitos o ano todo e incentiva a adesão da população. “O diagnóstico precoce é uma forma de garantir tratamento adequado e, ainda, proteger outras pessoas”, afirma o coordenador do Centro de Referência e Treinamento IST/Aids-SP, Alexandre Gonçalves.
1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids 2021
O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma data simbólica de conscientização para todos os povos sobre a pandemia de Aids.
A iniciativa se consolidou e até hoje o 1º de Dezembro é marcado como o dia de uma campanha global que combate o preconceito, a desinformação e o estigma que ainda perduram em torno da doença.
A data, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), constitui uma oportunidade para apoiar as pessoas envolvidas na luta contra o HIV e melhorar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global.
Para 2021, o tema adotado OPAS é: “Acabar com as desigualdades. Acabar com a Aids. Acabar com as pandemias”, pois, mesmo após quarenta anos, desde que os primeiros casos foram relatados, o HIV ainda ameaça o mundo.
Campanha Fique Sabendo
Desde o dia 1º deste mês, a Secretaria de Estado da Saúde também está realizando a 14ª edição da campanha anual “Fique Sabendo” em todo o estado de São Paulo. Neste ano, 622 municípios (96,4%), entre eles Ituverava, aderiram à iniciativa e estão promovendo ações de intensificação de testagem de HIV e Sífilis junto às populações mais expostas às doenças.
Por todo o Estado, deverão ocorrer cerca de 365 mil exames, em sua grande maioria realizados pelo método rápido, com resultado no mesmo dia. Serão 150,1 mil testes rápidos de HIV e 148,8 mil de sífilis, com oferta também de exames convencionais (37,9 mil de HIV e 28,2 mil de sífilis).
A campanha é realizada pelo Centro de Referência e Treinamento IST/Aids-SP em conjunto com os munícipios do Estado, e conta com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária e da área de Atenção Básica.
Ituverava
Em Ituverava, a campanha “Fique Sabendo” foi promovida pela Prefeitura de Ituverava, através da Secretaria da Saúde e do ambulatório de IST/AIDS e Hepatites Virais de Ituverava no dia 1ª de dezembro, no Centro de Saúde, disponibilizando à população testes de HIV, Sífilis, e Hepatite B e C.
Durante a ação, os munícipes também puderam fazer testes rápidos de Covid-19.
A enfermeira responsável pelo ambulatório de IST/AIDS e Hepatites Virais de Ituverava, Fernanda Galdeano destaca que os testes de HIV e Sífilis devem ser feitos com regularidade e, principalmente, se o indivíduo tiver passado por uma situação de risco, como ter feito sexo sem uso de preservativo.
“É muito importante que as pessoas saibam se foram infectadas pelo HIV. Só assim poderão buscar tratamento o quanto antes, para não correr o risco de desenvolver a doença (Aids)”, afirma.
“O diagnóstico precoce aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida”, afirma Fernanda.
Testagem gratuita
Ela ainda ressalta que, o SUS oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV, e também para diagnóstico de sífilis e das hepatites B e C.
Em Ituverava, os testes podem ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde. O atendimento é de segunda a sexta-feira e não é necessário pedido médico para a realização dos exames ou agendamento prévio.
Os testes estão disponíveis na Unidade de Saúde do Bicão, Unidade de Saúde Guanabara, Unidade de Saúde da Estação, Unidade de Saúde Vila São Jorge, Unidade de Saúde Central, Unidade de Saúde da Cohab, Unidade de Saúde Benedito Trajando, Ambulatório DST – Centro de Saúde, além das Unidades de Saúde de Aparecida do Salto, Capivari da Mata e São Benedito da Cachoeirinha.
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
Segundo informações do Ministério da Saúde, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, sendo transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada.
O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções, mas, se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas complicações e levar a pessoa, inclusive, à morte.
O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Denominação
A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas os exemplos mais conhecidos são: Herpes genital; Cancro mole (cancroide); HPV; Doença Inflamatória Pélvica (DIP); Donovanose; Gonorreia e infecção por Clamídia; Linfogranuloma venéreo (LGV); Sífilis; Infecção pelo HTLV; Tricomoníase; e Hepatites virais B e C.
Dados levantados pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, apontam que cerca de 1 milhão de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis no Brasil em 2019, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 traz ainda outro dado quanto a este cenário das ISTs: entre os indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas) usaram preservativo em todas as relações sexuais. 17,1% dos entrevistados afirmaram usar às vezes, e 59% em nenhuma vez.
Prevenção combinada
A melhor técnica de evitar o HIV/Aids ainda é a prevenção combinada, que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder as necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV.
São exemplos de prevenção combinada a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV, e a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) – uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus.

