A violência está se desconcentrando, saindo dos grandes centros para as cidades do interior. Esta foi a principal conclusão do Mapa da Violência do ano de 2011. De lá para cá, passaram-se sete anos e esta informação parece mais correta a cada dia.
Em 2016, o total de mortes violentas bateu recorde no Brasil, com 61.158 vítimas, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – o levantamento inclui homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e mortes decorrentes de intervenção policial.
Nas capitais, porém, houve queda acumulada de 3,5% em relação ao ano anterior, enquanto no interior os assassinatos cresceram 6% de um ano para o outro.
No ano em questão, 14.491 assassinatos do país ocorreram nas capitais, contra 42.933 nas demais cidades dos Estados – estes números excluem mortes em intervenções da polícia.
Para o sociólogo Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o cenário reflete um investimento maior das capitais em segurança, devido à violência alta dos anos 1990 e 2000, o que não foi acompanhado pelo interior. “Nas regiões em que há crime organizado, quadrilhas viram espaço para crescer em cidades menores”, afirma.
O Ministério da Justiça implantou, no ano 2000, o primeiro Plano Nacional de Enfrentamento da Violência e foi criado o Fundo de Segurança Pública, que angaria recursos para Estados mais violentos – que na época eram São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e em suas grandes regiões metropolitanas.
Em 2003, foi criado o Estatuto do Desarmamento para retirar armas de circulação e esses dois fatos conjugados com recursos dos Estados começaram a baixar a violência nas regiões metropolitanas.
Se em algumas regiões os índices começam a cair por causa dos investimentos, essa violência se translada para outros Estados ou para o interior – locais em que a estrutura de combate à violência era muito arcaica e a polícia mal equipada, porque esses municípios não eram violentos.
Processo migratório
Há então um processo migratório. Maranhão, Goiás, Paraná, principalmente Alagoas, que antes eram relativamente tranquilos, passam a estourar o mapa da violência. O grande problema é que foram adotadas políticas concentradas nas capitais, mas a violência já não está só nas capitais. Ela se espalhou pelo país.
No interior de São Paulo, por exemplo, desde que a migração do crime passou a existir, as cidades deixaram de ter apenas crimes mais “simples”, como pequenos furtos, e passou a enfrentar situações antes comuns apenas em grandes centros, como assaltos, tiroteios e homicídios.
Sensação de insegurança tem sido recorrente em Ituverava
O município de Ituverava também tem enfrentado problemas de segurança, apesar dos constantes esforços da Polícia Militar e da Polícia Civil, profissionais que, é bom lembrar, enfrentam condições desumanas de trabalho, com baixas salários, constante exposição ao perigo e longas jornadas de trabalho.
Além disso, falta investimento do Estado para aumentar o número de policiais e a quantidade e qualidade de veículos e equipamentos. Tudo isso acaba refletindo no aumento da violência. As últimas semanas são prova disso.
Uma constatação deste fato, é que após denúncia anônima, no dia 25 de fevereiro, a Polícia Militar de Ituverava recuperou vários objetos na Rua Luiz Aró, bairro Estância Vale do Sol, possivelmente furtados em residências.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, os policiais se dirigiram ao local e localizaram um indivíduo – já conhecido no meio policial – em atitude suspeita transitando pela Avenida Dr. Paulo Borges de Oliveira, sentido Rua Luiz Aró, carregando uma trouxa de pano de cor azul, que aparentava conter objetos em seu interior.
Ao notar a aproximação dos policias o suspeito fugiu, abandonando o objeto que carregava. Ao verificar o interior da trouxa, os policiais encontraram diversos objetos como bijuterias, produtos cosméticos e uma câmera fotográfica.
Tráfico
O tráfico de drogas também é um problema recorrente, pois além da venda e consumo de drogas serem crimes, os consumidores frequentemente praticam outros crimes – como furtos e roubos – para conseguirem dinheiro para manter seus vícios.
Uma operação da Polícia Militar de Ituverava, realizada dia 26 de fevereiro, mostra que o problema está implantado no município. Na ocasião, a PM prendeu um jovem de 25 anos e apreendeu quase meio quilo de maconha, em uma residência na Vila São Jorge.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, em cumprimento do mandato de busca e apreensão, os militares dirigiram-se até o local indicado, onde se depararam com o suspeito, que precisou ser algemado para evitar fuga.
Os policias revistaram a residência e encontraram em um guarda-roupa, um tijolo de maconha prensada de 489,46 gramas, além de roupas, que são possivelmente frutos de roubo que aconteceu na cidade há alguns meses.
O indiciado, que já possuía ficha criminal, com condenação por roubo e tráfico e, que estava sendo investigado pela polícia, suspeito de participar de roubo, imediatamente recebeu voz de prisão em flagrante.
Outros casos
A Polícia Civil de Ituverava, prendeu dia 7 de março, no bairro Benedito Trajano Borges, um jovem de 20 anos, por suspeita de tráfico de drogas.
Após receber denúncia, a Polícia Civil foi à residência do indivíduo, que permitiu que os investigadores entrassem em sua residência, onde foi encontrada e apreendida uma espingarda de pressão calibre 4.5, munições “chumbinho” e porções de maconha.
No dia 14 de março, um jovem de 18 anos foi preso pela Polícia Civil de Ituverava por suspeita de tráfico de drogas, após ter sido flagrado com pedras de crack e porções de cocaína em sua casa.
De acordo com a Polícia Civil, a ação começou a partir da denúncia de que um indivíduo, que já estava sendo investigado, estaria em sua residência, na Vila Prado, preparando porções de entorpecentes, entre crack e cocaína, para a venda.
Os policiais se dirigiram ao local, onde encontraram a residência aberta, e o indivíduo em um dos quartos, com um prato contendo substâncias granuladas de cor branca, semelhante à cocaína e crack.
A Polícia Civil de Ituverava também prendeu em flagrante, dia 9 de março, um pintor de 29 anos. Foram apreendidos em sua residência, no Largo do Rosário, drogas, uma arma de brinquedo, uma touca ninja e cerca de R$ 550.
Denúncias anônimas
A ação policial só foi possível devido à denúncia anônima de que a residência estaria sendo ponto de vendas de drogas, o que levou a PC a iniciar as investigações, duas semanas antes.
De acordo com Boletim de Ocorrência, foram realizadas campanas na região para confirmar as informações e após a ação, policiais civis se dirigiriam ao local, onde encontraram o suspeito do lado de fora do imóvel.
Ele permitiu a entrada na residência, onde estava um menor de 17 anos e outro suspeito que fugiu antes de ser abordado. Nas buscas, foram encontradas uma porção grande de maconha e outras 23 de substância entorpecente prontas para a venda.
Ação de quadrilha
Outro problema antes inexistente no interior é a formação de quadrilhas. Na madrugada do dia 12 de março, a Rede de Supermercados Liberdade foi alvo da ação de assaltantes.
Na ocasião, integrantes de uma quadrilha invadiram a Loja 4 do supermercado e roubaram malotes com cerca de R$ 57 mil.
De acordo com Polícia Militar, ao que tudo indica ao menos cinco indivíduos participaram da ação, que teve início por volta das 5h30.
Os suspeitos arrombaram a porta de vidro, renderam o vigia e o gerente, invadiram a loja e foram até o cofre, fugindo com a quantia de R$ 57 mil. O sistema interno de segurança filmou toda a movimentação.
Durante as diligências, um dos carros que teria sido usado na fuga foi identificado e perseguido pelos policiais militares até um canavial em Buritizal, próximo à Rodovia Anhanguera (SP-330), onde os ocupantes abandonaram o veículo e se esconderam.
Eles localizaram os bandidos e após um tiroteio a PM fez um cerco e conseguiu prender quatro suspeitos. Com eles estava todo o dinheiro roubado do supermercado, que foi recuperado.
Na delegacia, eles confessaram a participação no crime e afirmaram que as armas usadas na ação foram atiradas no meio canavial, porém, nenhuma foi encontrada. Posteriormente a PM ainda localizou outro indivíduo envolvido no crime.
Confira dicas para evitar o roubo em residências
Poucas coisas são mais assustadoras do que a possibilidade de invadirem a nossa casa. Afinal, o “lar doce lar” é o lugar onde costumamos nos sentir seguros e protegidos. E somente aqueles que já passaram por uma situação de invasão podem descrever o quão aterrorizante ela é.
Porém, não é preciso vivenciar esse cenário para estar preparado para evitá-lo. Alguns truques podem fazer com que o invasor se sinta desencorajado a agir, poupando-lhe de passar por essa situação apavorante. Portanto, confira algumas dicas para evitar uma possível invasão em sua casa.
Tempo para realizar o roubo
O tempo que leva para entrar em uma casa é um dos principais fatores que os bandidos observam. Quanto mais tempo gastarem, maior a chance de serem pegos. Então, quanto mais você dificultar esta tarefa, melhor. Afinal, nada mais chamativo para um bandido do que uma porta ou um portão aberto, não é mesmo? Embora seja fácil de escolher um bloqueio, é preciso que ele cubra todas as possíveis entradas, como portas e janelas.
Presença de itens de segurança ou cachorros
Cães latindo e sistemas de segurança em casa vão afastar os ladrões e promover uma atenção indesejada em função do barulho que eles criam. Consequentemente, os assaltantes, muitas vezes, ignoram casas com esses recursos.
Quando um bandido decide roubar casas, ele procura maneiras de fazê-lo com o menor esforço. A necessidade de se livrar de sistemas de alarmes ou de cães de guarda é, de fato, um dificultador que pode representar a não escolha da sua casa pelos bandidos e garantir a sua segurança.
Iluminação do imóvel
Casas que são mal iluminadas à noite ou que têm muitas árvores que bloqueiam a entrada principal ou janelas são alvos atraentes para os bandidos, uma vez que a falta de iluminação e as plantas altas servem como uma capa para os ladrões passarem despercebidos. Um sistema de luz com temporizador, que acende ao anoitecer, e um jardim limpo com pequenas plantas podem te ajudar nesta tarefa.
Rotina dos moradores
Cada vez mais os bandidos têm reservado tempo para observarem suas vítimas. Além de observarem a rotina dos moradores de um alvo pretendido, eles têm observado as redes sociais e datas de oportunidade, como feriados.
Para burlar esta questão e aumentar sua segurança, restrinja o acesso às suas redes sociais somente para conhecidos, mude seus horários frequentemente, converse com os vizinhos para que eles possam ir à sua casa quando você estiver viajando e, se possível, tenha um sistema de monitoramento com câmeras, onde você possa observar sua residência à distância. Crie grupos de vizinhança no Facebook ou WhatsApp e comunique-se com seus vizinhos sobre qualquer suspeita.
Como os ladrões costumam agir
Os assaltantes preferem residências vazias. Acionam campainhas, fazem ligações telefônicas e percorrem ruas e quadras do entorno. Costumam usar disfarces de prestadores de serviços e até mesmo de mendigos.
Atuam geralmente em dias úteis, horário comercial, depois de constatarem a ausência dos moradores. Preferem furtar ou roubar eletrodomésticos, armas, DVDs, vídeo games, cheques, dinheiro e aparelhos telefônicos.
Enquete
Para saber se a população está preocupada e se toma preocupações para evitar furtos e roubos, a Tribuna de Ituverava foi às ruas nesta semana. Confira:
Ituverava nos últimos meses tem sido alvo frequente da ação de criminosos, como assaltos a residência, supermercado, lojas, mercearias, entre outros. No dia a dia, você tem preocupação em se prevenir contra roubos e furtos na rua ou em sua casa? Quais precauções você toma para proteger sua residência da ação de bandidos?