Em liberdade desde a segunda-feira, 30, Elize Matsunaga, 39 anos, ainda não visitou o apartamento que ela possui em Franca. Como a condicional concedida pela Justiça exige que a pessoa cumpra algumas regras, não se sabe para onde Elize foi levada após a soltura. O apartamento que Elize adquiriu em Franca, ainda enquanto estava presa na penitenciária de Tremembé, fica no Jardim Santa Lúcia, zona sul da cidade.
Elize foi presa há 10 anos por assassinar e esquartejar o marido e empresário Marcos Kitano Matsunaga em 2012. Inicialmente, ela havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas em 2019 o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reduziu a pena para 16 anos e 3 meses.
Os vizinhos do imóvel relatam que não há movimento no apartamento que mostre indícios de que receberá morador nos próximos dias. O imóvel está fechado desde o término da obra há cerca de um ano, posteriormente adquirido por Elize. A negociação foi em outubro de 2021.
“Não há movimento nenhum no apartamento dela. Está tudo trancado. Se alguém estivesse aqui eu saberia, porque fico em casa e divido a garagem do mesmo prédio”, disse uma moradora do prédio.
Perguntada sobre a possibilidade de ter uma vizinha que esquartejou o marido, a eventual vizinha lembrou que foi um crime bárbaro, mas que ela está pagando pelo que fez. “Tranquilo, a vida segue, não é? Eu acho que ela está pagando pelo que ela fez, e nós somos seres humanos. Foi um crime bárbaro, mas cada um paga pelas consequências”, disse.
O advogado Breno Panício Araújo, de 24 anos, vizinho do prédio de Elize, acredita que a aquisição feita pela ex-detenta seja só para investimento e não acredita que ela virá morar em Franca. “A notícia de que ela teria comprado um apartamento aqui já causou surpresa. Mas eu acredito que ela, que saiu agora da prisão, não venha morar aqui. Talvez possa ser um investimento, alguma coisa assim. Não notei nenhum movimento no apartamento, mas o noticiário que ela tem esse apartamento aqui gerou muito assunto no bairro”.
A aquisição do apartamento em Franca foi intermediada por uma advogada de Elize. “À época, a imobiliária anunciou a venda do imóvel através de sites do segmento na internet. Uma advogada entrou em contato e se interessou no negócio. Eu pedi para um corretor mostrar meu imóvel para ela. No final de semana que essa advogada esteve em Franca, ela olhou pelo menos outros seis apartamentos”, disse nesta quarta-feira o construtor e ex-dono do imóvel vendido para Elize.
O construtor acrescentou que a compradora exigiu que fosse instalado um armarinho debaixo da pia para efetivar a compra, sendo isso um indicativo de que o imóvel seria para ela própria morar.
“Ela ficou entre outro apartamento e o meu. Mas que iria ficar com o outro que tinha o armarinho debaixo da pia. Então eu disse que colocaria, e o negócio deu certo. Mas eu não sabia quem era o comprador porque tudo foi feito entre advogados. Após saber que o apartamento havia sido vendido para Elize Matsunaga, cheguei a consultar meu advogado para me tranquilizar. Tudo foi feito dentro da legalidade”, disse o construtor, ao confirmar a venda do imóvel de 90 m² por R$ 230 mil.
O apartamento adquirido por ela fica no térreo de um prédio que conta com apenas mais um andar superior, compreendendo um bloco de quatro apartamentos.
A reportagem procurou o advogado de Elize Matsunaga, Luciano de Freitas Santoro, nesta quarta-feira, 1º, para saber aonde Elize foi após ganhar a liberdade, e qual endereço deixou à disposição da Justiça, mas Santoro não respondeu até a publicação desta matéria.
Elize não pode ver a filha, que vive com os avós paternos, não pode sair à noite, não pode frequentar bares, deve comparecer em juízo a cada três meses e não mudar de residência sem comunicar a Justiça.
caso
O crime foi cometido em 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, na Zona Oeste de São Paulo, e teve repercussão na imprensa por envolver uma bacharel de direito casada com um empresário, Marcos Kitano Matsunaga, herdeiro da indústrias de alimentos Yoki. Ele tinha 42 anos à época, e ela, 30.
Ré confessa, Elize Matsunaga contou que após atirar na cabeça do marido, esquartejou o corpo, o ensacou e jogou sete partes em terrenos de Cotia, na Grande São Paulo.
Fonte:gcn.net.br

