Em 11 dias, pai, mãe e 2 filhos morrem com Covid-19 em Miguelópolis, SP

‘Eram pessoas muito especiais’, diz familiar das vítimas. Na cidade, já foram registradas 63 mortes entre 1.836 casos do novo coronavírus desde início da pandemia.

Um casal de idosos e seus dois filhos morreram vítimas da Covid-19 em um período de 11 dias em Miguelópolis (SP). A mais recente delas foi na madrugada de sexta-feira (26).

A primeira vítima da família Peres foi um dos filhos, Fábio, de 43 anos, que morreu no dia 16 de março. Três dias depois, seu irmão, Leandro, de 48 anos, também morreu em função do novo coronavírus.

Com apenas um dia de diferença, o pai Jorge Peres, de 69 anos, não resistiu à doença. Na madrugada de sexta-feira foi a vez da mãe, Maria de Fátima Peres, de 67 anos.

“Dentro de 11 dias a gente perdeu dois primos, perdemos meu tio e minha tia. Tudo devido à Covid-19. É uma doença muito séria, a gente só acredita quando a gente sente na pele”, afirma Júlio Cesar Peres da Silva, sobrinho de Jorge e Maria.

Os quatro membros da família ficaram internados na Santa Casa da cidade. Ao todo, a estrutura conta com 5 leitos destinados ao tratamento de pessoas com Covid-19, mas nenhum deles é de terapia intensiva (UTI).

Segundo o secretário da Saúde, Juliano Santos, a cidade registrou um aumento considerável no número de pacientes infectados com o coronavírus nos últimos 20 dias. Para ele, o agravamento dos casos é espantoso.

Desde o início da pandemia, Miguelópolis registrou 63 mortes entre 1.836 casos do novo coronavírus.

“De uns 20 dias pra cá houve uma crescente muito grande, até espantosa. A gente sempre teve o ato de testar bastante, para dar um pouco de conforto para a população, mas infelizmente agora os casos começaram a se agravar muito, havendo muitas internações e sucessivamente mortes também”, afirma.

Para tentar frear o avanço da Covid-19 e possíveis aglomerações, a Prefeitura proibiu o aluguel de áreas de lazer e ranchos durante a fase emergencial do Plano São Paulo, que vai até 11 de abril.

Ausência da família

Parentes e amigos ainda tentam entender a morte do casal e dos filhos. “Nós estamos muito sentidos pelas mortes, eram pessoas muito especiais”, afirma Letícia Peres Fernandes Lima, sobrinha de Jorge e Maria.

Professora de Fábio na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Jaqueline Granhani afirma que a morte foi sentida por todos os funcionários da instituição.

Está sendo uma perda muito triste e nada vai ser como antes, sempre vai faltar o Fabinho. A ausência do Fabinho e da dona Fátima vai deixar um vazio muito grande.”

Fonte: g1.globo.com/