Entenda o que faz as pessoas comerem mais na quarentena

Em um momento de quarentena, é comum as pessoas estocarem alimentos de rápido preparo. Somado a isso, em um cenário em que muitos estão reclusos e evitando contato social, fatores ambientais (privação) e emocionais também fazem com que os hábitos alimentares mudem. Por exemplo, você já se perguntou por que atualmente está tendo mais vontade de comer doces e alimentos calóricos?
Mesmo que não seja a realidade de todas as pessoas, é comum que o contexto de isolamento gere ansiedade, o que pode afetar o comportamento alimentar. Comida está muito ligada a conforto e recompensa em momentos difíceis, diz o nutricionista Thiago Bronze.
Thiago explica que o ato de comer proporciona prazer e, por isso, quando estamos com o emocional abalado, descontamos na comida. O fato de estarmos mais tempo em casa também influencia. Sofremos influência visual dos alimentos disponíveis em cima dos móveis, ficamos com vontade de comer algo só por saber que aquilo está estocado no armário, nos reunimos sempre na cozinha e usamos a comida para passar o tempo, explica.
Além disso, o nutricionista Jônatas de Oliveira acrescenta que esses grupos de pessoas que têm passado por momentos de ócio, tédio e preocupações possuem desejos que são atendidos por alimentos culturalmente considerados proibidos.

Alimentos proibidos

Segundo Jônatas, o alívio de sensações emocionais negativas ocorre quando consumimos alimentos “proibidos”, como doces, balas, chocolates e alimentos crocantes, pois geram sensações positivas com a liberação de neurotransmissores envolvidos no prazer e recompensa.
O maior problema das pessoas que estão em quarentena são os pensamentos de proibição relacionados aos alimentos. Ao pensar que não pode, aumenta o seu desejo, é como se o corpo pedisse e a mente julgasse, explica o nutricionista.

Exercício de reflexivo
Além disso, outro problema apontado por ele é quando temos somente esta forma de lidar com as emoções e contextos negativos no dia. Para conter esses impulsos de desejos, Jônatas recomenda um exercício de reflexivo que envolve perguntas como “estou realmente com fome?” e “minha alimentação tem sido saudável nos últimos dias?”.