Etec de Ituverava desenvolve papel ecológico a partir do bagaço da cana

Alunos que encabeçaram o projeto e o professor responsável pela supervisão, Arthur Henrique Colmanette Júnior

O projeto foi idealizado por um grupo de alunos do terceiro módulo do curso Técnico em Química

O setor de produção de papel está passando por uma revolução silenciosa que promete não apenas atender às crescentes demandas por produtos à base de papel, mas também contribuir significativamente para a sustentabilidade ambiental.
Uma das inovações mais empolgantes nesse campo é a produção de papel a partir do bagaço de cana-de-açúcar, uma alternativa mais ecológica e eficiente às tradicionais árvores de florestas.
A matéria-prima tradicional para a produção de papel é o eucalipto, o que leva à exploração de florestas naturais e tem um impacto ambiental significativo. No entanto, a utilização do bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima oferece uma série de benefícios ambientais.
A cana-de-açúcar é uma cultura renovável que cresce rapidamente e requer menos água em comparação com as árvores.
Após a extração do açúcar, o bagaço, que normalmente seria descartado, é reciclado para produzir papel. Isso reduz o desperdício e ajuda a preservar as florestas naturais, essenciais para o equilíbrio ecológico.

Menos impacto ambiental
Além disso, a produção de papel a partir do bagaço de cana-de-açúcar geralmente requer menos produtos químicos branqueadores do que a produção de papel a partir de madeira. Isso resulta em emissões reduzidas de poluentes e menos impacto no meio ambiente.
Os produtos finais fabricados a partir do papel de bagaço de cana-de-açúcar não comprometem a qualidade.
Eles são resistentes, duráveis e ideais para uma variedade de aplicações, desde embalagens até material de escritório.
A aceitação crescente desse tipo de papel está impulsionando a demanda e estimulando a inovação na indústria.

Projeto de papel ecológico
Com o intuito de estimular práticas sustentáveis, alunos da Etec “Professor José Ignácio de Azevedo Filho”, do terceiro módulo do curso Técnico em Química desenvolveram um projeto inovador, que consistiu na produção de papel através do bagaço da cana-de-açúcar.
Iniciado no mês de julho, o trabalho utilizou uma nova metodologia para extrair a celulose do bagaço e posteriormente transformá-lo em papel.
Dando início ao processo de obtenção do papel do bagaço de cana-de-açúcar foi realizada a peneiração do bagaço, previamente moído e limpo por uma solução de NaOH.
Em seguida, os alunos cozinharam por 30 minutos a 58°C e retiraram o licor negro (um subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose) até atingirem um PH neutro.
Depois de liquidificada com água destilada, a solução foi encaminhada para secagem em estufa e temperatura ambiente.

Supervisão e autores
O projeto foi supervisionado pelo professor Arthur Henrique Colmanette Júnior, com a participação dos alunos Juliana Helena dos Santos Gonçalves, Maicon Douglas Ribeiro Carrinho, Valéria Cássia dos Santos e Wiliam Carneiro da Silva.
“Os alunos ficaram extremamente satisfeitos com o resultado obtido, uma vez que o tema era relacionado a sustentabilidade, envolvendo as usinas ao redor”, declara o professor.

Economia
A transição para a produção de papel a partir do bagaço de cana-de-açúcar é uma iniciativa que não apenas promove a sustentabilidade, mas também cria oportunidades econômicas em regiões onde a cana-de-açúcar é uma cultura importante.
A indústria do papel está provando que é possível alinhar o crescimento econômico com a proteção do meio ambiente.

Conscientização ambiental

À medida que a conscientização ambiental continua a crescer, a produção de papel a partir desta novidade pode se tornar uma história de sucesso na busca por práticas mais sustentáveis.
Isso destaca a importância de olhar para alternativas inovadoras que ajudem a preservar nosso planeta, ao mesmo tempo em que mantêm a qualidade dos produtos que usamos em nosso dia a dia.