F1 cria corridas curtas para definir grid de largada

A Comissão de Fórmula 1 da FIA aprovou por unanimidade o plano que já tinha sido acordado entre as equipes para testar um novo formato de definição do grid de largada em três etapas da categoria já em 2021.
Uma corrida mais curta, realizada no mesmo horário da classificação, no sábado, vai servir para a formação do grid em duas etapas europeias e uma fora da Europa.
Inicialmente, uma destas provas seria o GP de São Paulo, juntamente do GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, e da Itália, em Monza.

Dúvidas
Mas é possível que as dúvidas em relação à realização da etapa brasileira, pela situação atual da pandemia no país e questões judiciais a respeito do contrato que ainda não foram totalmente esclarecidas, tenham feito a Federação Internacional de Automobilismo optar pela cautela em nomear as etapas.
“Estou feliz em ver que a Fórmula 1 está procurando novas maneiras de engajar os fãs e aumentar o espetáculo no final de semana de corrida através desse conceito de classificação por sprint. Isso só foi possível graças à contínua colaboração entre FIA, Fórmula 1 e todas as equipes”, disse Jean Todt, presidente da FIA.
“Ver os pilotos batalhando por três dias vai ser uma experiência incrível e eu tenho certeza que os torcedores vão aproveitar”, completou Stefano Domenicali, presidente da F1.

Como vai funcionar a classificação sprint na F1?
Na sexta-feira, haverá uma sessão de classificação após o primeiro treino livre, determinando o grid para a classificação sprint, no sábado. Os resultados desta corrida rápida vão, por fim, determinar o grid de largada da corrida no domingo. Os três primeiros do grid vão receber pontos (três para o vencedor, dois para o segundo colocado, e um para o terceiro).
Então, a programação do final de semana para três etapas em 2021 fica da seguinte forma:
Sexta-feira: O primeiro treino livre, de 60 minutos, é feito normalmente, com cada piloto tendo direito a escolher dois jogos de pneus. Na classificação, à tarde, cada piloto só terá à disposição cinco jogos de pneus macios (ou seja, não é possível, como é normalmente, escolher compostos diferentes).
Sábado: O segundo treino livre, de 60 minutos, é disputado normalmente, com um jogo de pneus para cada piloto. No horário que seria da classificação, será feita uma corrida de 100 km (um terço de uma prova normal), com dois jogos de pneus para cada piloto. Os compostos podem ser escolhidos livremente. O resultado desta corrida define o grid de largada do domingo.
Domingo: Com mais dois jogos de pneus de escolha livre, será disputado o GP normalmente, com 300 km.

Carros terão mudanças limitadas desde sexta
Nas regras atuais, assim que o carro sai do box pela primeira vez na classificação, ele automaticamente entre em regime de parque fechado, e pouca coisa pode ser alterada. Somente para estas três corridas em formato diferente, o parque fechado, em uma versão mais leve, começa a partir da classificação da sexta-feira, visando impedir a construção de carros especiais de classificação, limitar o número de horas necessárias para preparar o carro para o dia seguinte, e permitir reconfiguração suficiente dos carros para fazer com que o treino livre de sábado de manhã seja uma sessão útil para melhorar os acertos.
No sábado, quando a classificação sprint começar, aí sim os carros entrarão em parque fechado total.
Equipes vão poder gastar um pouco mais
Com a mudança, a Fórmula 1 também liberou um aumento no teto de gastos das equipes na temporada de 2021. Agora cada time poderá acrescentar US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) ao orçamento máximo de US$ 147 milhões (R$ 800 milhões) para as 23 corridas previstas, além de eventuais gastos para consertar danos em acidentes.

Por que a F1 vai mudar?

De acordo com a categoria, o formato visa aumentar a ação na pista, ao mesmo tempo em que recompensa pilotos e equipes com base no mérito e também dá a chance de outros se recuperarem ao longo do final de semana a fim de aumentar suas chances de ir bem no domingo.
Para atingir esse equilíbrio, foram meses de negociação, e a proposta perdeu votações entre as equipes em três oportunidades. Porém, mudanças feitas no início de 2021 permitiram a aprovação em linhas gerais em março, e agora a ratificação, depois que questões como o custo e o que acontece com os carros em termos de regulamento foram discutidas.
Trata-se de uma grande vitória de Stefano Domenicali, que entendeu o que era preciso deixar de lado na ideia original – grid invertido, cerimônia de pódio, pontos para os 8 ou 10 primeiros – e conseguiu entrar mais nas questões técnicas (parque fechado, pneus, maneiras de compensar as equipes) em uma questão de três meses depois de assumir como CEO da Fórmula 1.