A Guerra na Ucrânia e a Covid-19 na China causam problemas à cadeia produtiva de remédios no Brasil. É o que aponta um levantamento da Confederação Nacional de Municípios. Segundo os dados, 80% das prefeituras do país sofrem com a falta de medicamentos básicos.
Na rede municipal de saúde de Pradópolis (SP), são pelo menos 16 remédios em falta. Além de antibióticos, medicamentos contra dor, enjoo e vermes estão indisponíveis. Problema que atinge quem procura a farmácia e as unidades de saúde.
“Ela veio aqui no médico, passou pela consulta, passou na farmácia, não encontrou amoxilina, então ela foi procurar comprar na farmácia. Mas, em algumas farmácias, o preço está muito elevado e como ela está desempregada, fica difícil, né?”, diz a cabeleireira Dalva Rodrigues Alves sobre a peregrinação da nora para conseguir o medicamento.
De acordo com o levantamento, a guerra da Rússia com a Ucrânia atrapalha a exportação e a importação de produtos ao redor do mundo. Já a pandemia na China implica novos fechamentos de fábricas no país que é um dos que principais fornecedores de matéria-prima a produtores do mundo todo.
“Nós temos tido reuniões constantes com o pessoal da Saúde, e a orientação é para que os médicos, assim que se deparam com uma situação de falta de medicamento, tentarem prescrever um outro para a pessoa tentar encontrar esse outro medicamento que faça a mesma coisa e que seja possível de encontrar”, diz o prefeito de Pradópolis, Silvio Martins (PSDB).
O prefeito também diz que está cada vez mais difícil encontrar fornecedores com estoque. Quando há insumos, os preços são muito altos.
“A gente cobra os fornecedores e a resposta é sempre a mesma, que está faltando insumo e que eles não têm condição de produzir e entregar os pedidos que são feitos pelas prefeituras e pelas farmácias em geral”, afirma.
Mesmo problema em outras cidades
Em Ribeirão Preto (SP), o maior hospital da região também enfrenta o problema da escassez de medicamentos. De acordo com a direção do Hospital das Clínicas (HC), faltam diversas substâncias é já existe o controle de alguns produtos.
Cidades como Barretos (SP) e Jardinópolis (SP) enfrentam a mesma situação. A Secretaria de Saúde de Franca (SP) disse encontrar dificuldades na hora de comprar, mas que não há falta na rede pública.
Para o presidente da Federação de Hospitais, Clínicas e Laboratórios, Yussif Ali Mere Júnior, é preciso que o Ministério da Saúde busque soluções o mais rápido possível para que a situação não fique ainda mais grave.
“O que a gente está falando para o Ministério da Saúde, para a Anvisa, é que a gente tem que entender qual é o problema e agir. Não é um problema só, é multifatorial. Então se não houver um engajamento das nossas autoridades responsáveis por esse mercado para resolver esse problema, é claro que vai ficar muito mais difícil. Faltar antibiótico, ainda que seja para uma patologia simples para uma criança, se ela está precisando e não tem o antibiótico, aquele quadro pode se agravar. Ela pode parar em uma UTI simplesmente por não tomar um comprimido por dia”, diz.
O que diz a União
Em nota, o Ministério da Saúde informou que atuando em conjunto com Anvisa, estados e municípios e representantes das indústrias farmacêuticas para articular ações de enfrentamento ao desabastecimento de insumos hospitalares no país.
Segundo o Ministério da Saúde, as causas globais extrapolam competências no âmbito da União.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, uma resolução publicada pela CMED libera critérios de estabelecimento ou de ajuste de preços para medicamentos com risco de desabastecimento no mercado.
Também disse que reduziu impostos para importação de insumos como amicacina sulfato, aminofilina, cloridrato de dopamina, dipirona, fludrocortisona, leuprorrelina, neostigmina, oxitocina, rivastigmina, sulfato de magnésio, bolsas para soro fisiológico, entre outros.
O que diz a União
Em nota, o Ministério da Saúde informou que atuando em conjunto com Anvisa, estados e municípios e representantes das indústrias farmacêuticas para articular ações de enfrentamento ao desabastecimento de insumos hospitalares no país.
Segundo o Ministério da Saúde, as causas globais extrapolam competências no âmbito da União.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, uma resolução publicada pela CMED libera critérios de estabelecimento ou de ajuste de preços para medicamentos com risco de desabastecimento no mercado.
Fonte:g1.globo.com

