Após passar os últimos anos do governo de Jair Bolsonaro (PL) criticando cortes de recursos para o setor científico, o presidente Lula (PT) deve reagir, nesta segunda (10), ao desafio de uma greve nas universidades e institutos federais que chega ao seu 69º dia. O setor cobra a fatura do barulhento apoio dado à eleição do petista, e Lula tenta distanciar-se da demagogia eleitoral para evitar a comparação entre seu governo e o de seu rival, anunciando a reitores um pacote de investimentos apelidado de PAC das Universidades.
A tentativa de Lula para minar a greve ocorre em um momento considerado decisivo para sindicatos nacionais dos servidores de universidades e institutos federais. Ao divulgar a agenda de mobilização desta semana, iniciada com novo protesto na Praça dos Três Poderes, o Sinasefe afirmou que a reação do governo petista deixara evidente qual lugar que a educação pública federal ocupará na agenda política e econômica do governo Lula.
Os grevistas convocam “esforço máximo” de suas energias em busca de uma “estrondosa vitória”. Mas o que já ficou demonstrado é que a retórica de Lula era demagógica, ao chegar a um ano e meio de seu governo repetindo práticas que condenava no governo de Bolsonaro. E sindicatos e confederações nacionais da categoria alertam que mesmo com a liberação de crédito suplementar de de R$ 347 milhões pelo Ministério da Educação (MEC), anunciada em maio, muitas instituições correm o risco de fechar as portas até setembro.
O que o governo petista sinaliza atender o pleito por investimentos constante na pauta de reivindicações de grevistas, mas, como a esquerda conhece bem, não atender a cobrança por reajuste salarial pode fazer do anuncio de hoje um tiro na água. E as próximas assembleias semanais podem prorrogar ainda mais os danos que as greves causam e seguir afastando estudantes do ensino público federal.
Fonte: https://atrombetanews.com.br