Invasões deixam em alerta donos de ranchos em Miguelópolis: ‘pavor está aumentando’

O aposentado Yazid Elie Khouri dormia quando sua propriedade, às margens de uma represa do Rio Grande, foi invadida por ladrões às vésperas da virada do ano em Miguelópolis (SP). Os criminosos arrebentaram o cadeado e levaram a carreta com o barco e o motor embora. Um prejuízo de R$ 23 mil.

“Estão brincando com a população de Miguelópolis. Chegou o momento de dar um basta nisso, porque o pavor está aumentando a cada dia”, afirma.

O furto foi um dos 12 registrados entre o final de 2017 e o início deste ano pela polícia na cidade, segundo informações apuradas pela EPTV, afiliada da TV Globo. Na maioria deles, os criminosos se aproveitaram da falta de obstáculos entre as propriedades e o rio para chegar de barco aos ranchos.

A Polícia Militar informou ter aumentando o patrulhamento na zona rural e ter pedido apoio à PM Ambiental contra a chegada de ladrões pelo Rio Grande.

Clima de medo

Uma das vítimas dos invasores de ranchos foi o aposentado Evaldo Fernandes Réu. Ele havia alugado uma propriedade às margens do Rio Grande para passar o réveillon com a família, mas o furto, logo no primeiro dia, abafou o clima de festa e deixou um prejuízo de R$ 8,5 mil.

Os criminosos entraram no local por volta das 3h e levaram o barco e o motor dele pelo rio. O prejuízo só foi percebido no dia seguinte. “Diz que enquanto eles estavam roubando o motor deles estava funcionando, era um motor pequeno, mas ele ficou em marcha lenta. O roubo foi coisa de cinco minutos, foi muito rápido”, afirma, com base no que testemunhas disseram a ele.

Para ele, o furto reforça a ideia de que os ranchos estão vulneráveis à ação dos criminosos. “Pelo jeito eles vão continuar agindo se não tiver fiscalização, se não for feito um trabalho de investigação, eles não estão tendo resistência nenhuma.”

Para Curi, esse tipo de crime só prejudica o turismo na cidade. Ele afirma que, recentemente, já havia reduzido suas idas ao rancho antes do réveillon em função dos crimes registrados na região.

“Se donos de rancho começarem a deixar de vir aqui em Miguelópolis quem vai economicamente perder é a cidade. Chegou o momento de a sociedade civil e as autoridades se reunirem para resolverem esse problema.”