ISS comprova prejuízos causados por praça de pedágio de Ituverava

Pedágio na Rodovia Anhanguera entre as cidades de Ituverava e Guará

Valor do imposto recebido pelo município está abaixo do ideal para justificar cobrança de R$ 12,40 entre Ituverava e Guará

Foi divulgado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), nesta semana, que as treze cidades da região de Franca receberam R$ 12,7 milhões de repasses provenientes do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS-QN) das praças de pedágios em 2020.
Apesar do repasse, o valor recebido não condiz com os prejuízos causados pelo pedágio, na parça entre Ituverava/Guará, que é um dos mais caros do Estado de São Paulo.
O problema, que vem sendo discutido pela Tribuna de Ituverava ao longo de muitos anos, é que o valor elevado do pedágio – reajustado para R$ 12,40 – afasta muitas pessoas de outras cidade, especialmente consumidores, que poderiam usufruir do comércio da cidade (um dos mais completos da região), mas não o fazem devido ao valor do pedágio.
Com isso, esses consumidores em potencial acabam investindo em outras cidades. Esse, aliás, é um dos fatores que tem proporcionado a São Joaquim da Barra um crescimento econômico bem maior que o de Ituverava.

Preço por quilômetro rodado

Outra questão que merece atenção é o preço por quilômetro rodado para os moradores de Guará que trabalham em Ituverava ou vice-versa, ambas situações bastante comuns. Eles pagam diariamente R$ 24,80 em pedágio (ida e volta). Ou seja, em um percurso de 24 km, também ida e volta, o motorista paga R$ 1,03 por quilômetro percorrido.
Para exemplificar o quanto o valor é absurdo, basta observar que, em Sales Oliveira, o valor do pedágio foi reajustado, também neste mês, para R$ 10,20. Dessa forma, o motorista paga R$ 0,18 por quilômetro rodado se fizer o trajeto entre Sales Oliveira e Ribeirão Preto, o que totaliza um percurso de 54 km. Se esse mesmo valor fosse cobrado proporcionalmente entre Ituverava e Guará, o valor do pedágio seria R$ 2,16.