Levantamento aponta que a cidade enfrenta em 2024, uma redução significativa no volume de chuvas
O Sudeste do Brasil vem sendo castigado nos últimos meses com temperaturas muito altas e forte escassez hídrica.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em junho (último mês com avaliação disponível) as temperaturas chegaram a ficar mais de 3ºC acima da média mensal em certas regiões de São Paulo, e também choveu menos que o normal para a época.
Julho não foi muito diferente – grande parte das cidades de São Paulo e Minas Gerais não veem uma gota de chuva há mais de 15 dias.
Previsão
Nesse contexto, o cenário para os próximos dias não é nada animador: o padrão de bloqueio persiste e grande parte da região, principalmente no interior, terá mais um final de semana de calor e sem chuva expressiva.
Um levantamento feito pelo engenheiro agrônomo, Luciano Emanuel da Silva Pereira, aponta que Ituverava enfrenta em 2024, uma redução significativa no volume de chuvas, comparado aos dados de 2023.
“Entre os meses de abril a julho de 2023, Ituverava teve um acúmulo de 198 milímetros de chuva, enquanto que o total acumulado no mesmo período deste ano foi somente 8,4 milímetros”, disse.
Segundo ele, em 2023, Ituverava registrou 21 milímetros após segunda quinzena do mês de agosto, índice que não deve se repetir neste ano.
“Infelizmente para agosto de 2024, ainda não há previsão de chuva, pelo menos não nos próximos 20 dias. Pode ser que mude algo nesse período, mas acho difícil”, informa o agrônomo.
Ituverava enfrenta seca severa
Dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Governo Federal e que monitora a estiagem pelo país, apontam que 1.024 cidades no país estão sob a classificação de seca entre extrema e severa (a mais alta da escala).
“O número é quase 23 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 45 cidades estavam nesses níveis de seca. O monitoramento classifica as cidades em quatro categorias de seca: extrema, severa, moderada e fraca”, explica Luciano.
“Ituverava se encontra no momento em seca severa, enquanto que Ribeirão Preto, Sertãozinho e Jaboticabal encontram-se em seca extrema”, alerta.
Umidade do ar
Com relação a questão de umidade relativa do ar, ele ressalta que é possível observar que a partir das 15h até o entardecer, a umidade tem ficado entre 27% a 33%.
“O que é um caso sério para nós, uma vez que o ideal considerado pelo OMS seria de 40 a 70% de umidade relativa do ar”, alerta.
“Nesta época, enfrentamos situações que se repetem nos últimos anos, ou seja, clima de deserto, noites mais frias variando entre 14 a 17 graus e na parte do dia temos temperaturas acima de 33 graus”.
“Então, podemos dizer que enfrentamos uma temperatura diurna praticamente o dobro das ocorridas na madrugada, além da sensação térmica apresentando mais calor ainda”, observa.
“Somando os fatores frio, calor, umidade baixa e sensação térmica acima. temos observado grande aumento de doenças respiratórias em nossa população”, observa o agrônomo.
Previsão para o fim de semana
Segundo o site Clima Tempo, para este sábado, 3 de agosto, a temperatura mínima prevista para Ituverava é de 13º e a máxima de 32º. A previsão é de sol com algumas nuvens. Não chove.
No domingo, 4 de agosto, a previsão é de que a mínima será de 16º e a máxima de 32º, sem chances de chuva.
La Niña é caracterizado pelo resfriamento da porção central do oceano Pacífico Equatorial
Ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, Luciano Emanuel da Silva Pereira o fenômeno La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento acima do normal da porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial, deve se desenvolver em meados de julho e de agosto.
“Porém, os efeitos do La Niña serão mais notáveis na primavera e no verão de 2024, esse foi o motivo da nossa região não ter tido frio intenso neste ano”.
“As ondas de calor precisam de dois principais fatores climáticos para se formarem: massas de ar quente e seco e bloqueios atmosféricos”, afirma.
“Os bloqueios atmosféricos são um tipo de circulação de ventos no alto da atmosfera. Eles atuam como uma barreira que impede que as massas de ar avancem”, explica.
Circulação de ventos
“A circulação dos ventos dessa área de alta pressão é anti-horário, o que favorece que as massas de ar quente e seco ganhem força e impede o deslocamento das frentes frias para o continente”.
“Assim, quando há um bloqueio atmosférico, as frente frias se formam, tentam avançar, mas encontram essa barreira, o que as leva diretamente para o oceano”, completa Luciano Emanuel da Silva Pereira.
Em período de seca é extremamente importante o uso consciente de água
Ituverava e região sofrem com uma estiagem prolongada. A última chuva na cidade foi registrada há mais de 100 dias.
Além disso, a cidade tem registrado altas temperaturas, além das inúmeras queimadas sofridas no município.
Esses fatores contribuem para o aumento do consumo de água, que, principalmente diante dessas situações, deve ser conscientemente.
Evitar desperdícios
Por isso, evitar desperdícios e abusos no consumo de água é fundamental nesse momento, uma vez que não há previsões de chuva para os próximos dias na região.
As medidas para economizar água são simples e podem fazer a diferença na vida de todos.
Confira algumas dicas para o consumo consciente de água
- Tome banhos mais curtos
- Deixe a torneira fechada enquanto escova os dentes ou faz a barba
- Evite lavar o carro ou usar a mangueira, prefira um balde com água
- Ao lavar calçada ou quintal lembre-se de usar vassoura e balde com água, não a mangueira
- Utilize a máquina de lavar apenas quando estiver na capacidade máxima
- Antes de lavar a louça, retire o excesso de comida com a esponja; deixe a torneira fechada ao ensaboar
- Não dê descarga à toa e não utilize o sanitário como lixeira. Em apenas seis segundos de válvula acionada vão embora cerca de 12 litros de água
- Não use água corrente para descongelar alimentos
