Ao contrário do que boa parte da população acredita, doença não é tão incomum e pode até levar à morte

à hanseníase
O Ministério da Saúde e associações médicas desenvolvem a campanha Janeiro Roxo, cujo foco é o combate à hanseníase. Em Mato Grosso, um menino de 11 anos que era portador da doença morreu no primeiro dia do ano. Os médicos suspeitam de infecção generalizada decorrente de intolerância aos remédios usados para tratar a hanseníase.
Em São Paulo, a Agência de Transporte do Estado e 22 concessionárias de rodovias aderiram à campanha Janeiro Roxo. Durante todo o mês de janeiro, os painéis luminosos das rodovias de São Paulo têm veiculado a mensagem “Janeiro Roxo – Todos Contra a Hanseníase”.
O Brasil é o segundo país com mais casos da doença, atrás apenas da Índia. Por ano, são registrados perto de 30 mil casos nos vários estados brasileiros e dentre as várias classes sociais, incluindo adultos e crianças.
Em Ituverava, foram registrados nove casos da doença em 2017. “O tratamento é gratuito, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o remédio é ministrados em doses vigiadas nas Unidades Básicas de Saúde, sempre sob a supervisão de médicos ou enfermeiros. O tratamento pode durar entre seis meses na forma paucibacilar, e um ano ou mais na forma multibacilar”, explica a Secretaria Municipal de Saúde.
“Certos medicamentos não devem ser tomados por mulheres grávidas. Caso a paciente esteja grávida deve informar ao médico para análise de métodos alternativos”, orienta.
A doença
A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele. Embora tenha cura, a doença pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.
A orientação é que as pessoas procurem o serviço de saúde assim que perceberem o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se a área apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase imediatamente.
Doença crônica
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa e transmitida de uma pessoa doente; que não esteja em tratamento, para uma pessoa saudável suscetível. Embora tenha cura, a doença pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.
A orientação é que as pessoas procurem o serviço de saúde assim que perceberem o aparecimento de manchas; de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se ela apresentar diminuição; de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase imediatamente.
Dia mundial do Hanseniano
Lembrado sempre no último domingo de janeiro, o Dia Mundial do Hanseniano teve sua origem através do jornalista francês Raul Fourreaux, que, em 1954, motivou a Organização das Nações Unidas (ONU) a lembrar sobre a doença até o dia em que a cura estivesse acessível a todos.
A data tem como objetivo reduzir o preconceito contra os portadores da doença, que ainda sofrem com julgamentos baseados em informações ultrapassadas. Assim, são intensificadas ações de assistência ao redor do mundo, na intenção de evitar o contágio e conscientizar sobre os tratamentos e cura disponibilizado aos pacientes.
Como ocorre a transmissão ?
Dentre as pessoas que abrigam o bacilo, há situações que o sistema autoimune apresenta resistência, consistindo nos casos com número baixo de bactérias, incapaz até mesmo de transmitir para outros. Essa forma é descrita como paucibacilar, e às vezes pode chegar a se curar espontaneamente.
No entanto, os casos multibacilares são potenciais fortes de transmissão. Um número menor de indivíduos apresenta reduzida ou inexistente imunidade à bactéria, que se multiplica em seu organismo e pode infectar outras pessoas.
A transmissão da doença ocorre a partir do contato com o paciente infectado que não está sob tratamento. As bactérias são eliminadas e transmitidas através do aparelho respiratório em meio as secreções nasais, gotículas de saliva, tosse e espirro, tal como na tuberculose. Entretanto, a hanseníase não é transmitida com tanta facilidade como resfriados, pois depende do contato íntimo e prolongado, como familiares e amigos que dividem a mesma casa.
Acredita-se, também, que possa haver transmissão através das feridas na pele. Porém, deve-se lembrar que se o portador de hanseníase estiver realizando o tratamento quimioterápico não há risco de transmissão.
A manifestação da doença na pessoa infectada dependerá do sistema imunológico do indivíduo, que pode ser exposto ao bacilo e ser capaz de dizimá-lo antes que cause a hanseníase. O período de incubação é de 2 a 5 anos.
Quais são os sintomas da hanseníase?
A hanseníase se manifesta através de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos. As alterações neurológicas, quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem causar incapacidades físicas e deformidades.
A doença atinge a pele e os nervos periféricos, porém, ela também pode acometer outras regiões, como os olhos (o que pode causar cegueira), cílios e sobrancelhas, os tecidos do interior do nariz, planta dos pés e, eventualmente, alguns órgãos. Com o período de incubação lento, o indivíduo pode se contaminar com a bactéria e somente manifestar anos depois.
Como é feito o diagnóstico da hanseníase?
O médico dermatologista deve ser consultado para realizar o diagnóstico eficiente a partir da observação das manchas, análise dos sintomas do paciente e realização de testes específicos. Os exames requisitados podem ser em consultório, para testar a sensibilidade das feridas, ou laboratoriais.
Causas da hanseníase
A hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, um parasita que atinge especialmente células da pele e células nervosas. A bactéria penetra no organismo por meio das vias respiratórias ou secreções como a saliva, sendo transmitido da mesma forma, até se instalar nos nervos periféricos e na pele. O tempo de incubação é lento, levando da contaminação até o surgimento dos sintomas, em média, de dois a cinco anos.
A contaminação do vírus pode ocorrer a partir da exposição das condições higiênicas inadequadas ou do contato íntimo com o portador sem tratamento.
Ou seja, assim como a tuberculose – abordada em reportagem da Tribuna de Ituverava na última semana – a hanseníase é uma doença que se acreditava estar erradicada, no entanto, continua fazendo vítimas.
É importante lembrar que um dos fatores que contribui para que a doença se prolifere é a negligência da população em relação a cuidados com a saúde e, em alguns casos, cuidados com a própria higiene.
Também é importe que é importante a população faça consultas de rotina, como forma de prevenção. É bom lembrar que os PSFs em Ituverava cobrem aproximadamente 90% do município, e as pessoas devem procurar atendimento o mais rápido possível assim que houver alguma dúvida.