Adriana Aparecida de Carvalho Pedroso, que chegou à cidade em 1983, fala sobre passado e futuro do município

O especial sobre o futuro de Ituverava entrevista, nesta semana, a juíza Adriana Aparecida de Carvalho Pedroso. Ao longo de sua entrevista à Tribuna de Ituverava, ela falou sobre sua chegada à cidade, sua atuação profissional e sobre projetos para que o município se desenvolva cada vez mais. Confira:
Apresentação
“Meu nome é Adriana Aparecida de Carvalho Pedroso, sou natural de Taquaritinga. Cresci em Miguelópolis e, após me casar com Paulo Roberto Pedroso, em 1983, passei a residir em Ituverava, uma cidade acolhedora, na qual me fixei e constitui minha família. Tenho três filhos: Paulo Roberto Pedroso Junior, Renan de Carvalho Pedroso e Renner Carvalho Pedroso. Minhas noras são Priscila Sabrina Fernandes, Tânia Kiel de Carvalho Pedroso e Ana Beatriz Tozzo Alves Paula. Tenho dois netos, Valentina e João Pedro.
Sou filha de Waltemir de Carvalho e Marlene Aparecida Tasso de Carvalho e, tenho dois irmãos, Gláucio Tasso de Carvalho e Glênio Tasso de Carvalho”.
Mudança para Ituverava
“Passei a residir em Ituverava em maio de 1983. De lá para cá, constatei várias mudanças ocorridas nas áreas da Educação, Saúde, Indústria e Comércio. Observa-se que tiveram várias mudanças e que, atualmente, com a crise pela qual passa nosso país, há uma estagnação. Entretanto, evidencia-se uma evolução em nossa cidade, principalmente, na área da Educação e Saúde”.
Vida profissional
“Eu morava em Miguelópolis, onde estudei, na época Grupo Escolar Capitão Emídio. Depois estudei na Escola Dr. William Amin e me formei em Ciências e Matemática na Fundação Educacional de Ituverava. Ingressei no concurso público para Oficial de Justiça. Depois de um tempo, resolvi cursar Direito e fui aprovada no vestibular da Faculdade de Direito de Franca. Após me formar passei a estudar para concurso público e faz 15 (quinze) anos que eu ingressei na Magistratura do Estado de São Paulo.
Exerci o cargo de Oficial de Justiça por 20 anos. Desde que comecei a fazer o curso de Direito já comecei a direcionar os estudos para ingressar em concurso público e, para isso me dediquei bastante para alcançar meu objetivo.
Pelo fato de já ser funcionária do Poder Judiciário e observar como é aplicado o direito ao caso concreto, chamou minha atenção e, por isso, então, resolvi fazer a faculdade para conseguir meu objetivo, que era a carreira jurídica. O curso de Direito abre um grande leque para o mercado de trabalho, o que me chamou a atenção e assim, também, realizar um projeto pessoal.
Atualmente, sou titular da Vara Criminal da Comarca de Batatais. Quando ingressei na Magistratura, fui juíza substituta na Circunscrição de Jaboticabal, e naquela Circunscrição, passei por Monte Alto, Jaboticabal, Guariba e Pitangueiras. Depois fui promovida como titular para a Comarca de Miguelópolis. Após, atuei na Comarca de Sertãozinho e atualmente, como já mencionado atuo na Comarca de Batatais”.
Geração de empregos
“Ituverava tornou-se um polo regional de Saúde e de Educação. Porém, quanto à geração de empregos ainda há muito a se aperfeiçoar. Há poucas empresas e indústrias que empregam a população e seria necessário mais investimento neste setor. Portanto é necessário avançar neste setor para que possa haver um crescimento e, assim, empregar um maior número de pessoas.
Quanto à criação de um Distrito Industrial acredito que ajudaria bastante na atração de indústrias para a cidade e consequentemente traria empregos e geração de rendas para o município”.
Fundação Educacional de Ituverava
“A Fundação Educacional de Ituverava vem se desenvolvendo há bastante tempo. Como eu disse, eu me formei inicialmente na Fundação Educacional de Ituverava, em 1987, em Ciências e Matemática. Naquela época, eram menos cursos, mas com o tempo o número de cursos vem aumentando, o que fortaleceu a Instituição e atraiu muitos estudantes para a cidade. A Fundação Educacional gera empregos diretos e indiretos , além de levar conhecimento para as pessoas que ali estudam, fazendo conhecida nossa cidade. É notório o potencial de desenvolvimento e da qualidade de cursos oferecidos pela Fundação. Há um projeto interessante para o futuro, e que tem sido divulgado , ainda que de maneira inicial que é a instalação de um curso de medicina, o que seria, também, muito importante para a cidade”.
Saúde
“Quanto à área da Saúde, considero que nosso município é privilegiado. Temos dois grandes hospitais, a Santa Casa de Ituverava e o Hospital São Jorge, que prestam atendimento de qualidade para a população municipal e também, para as cidades vizinhas. Ainda conta com o AME e Postos de Saúde que atendem à população, também com serviços de qualidade”.
Ituverava ainda conta com a Unimed Norte Paulista, cooperativa que desenvolve um bom trabalho, possuindo boa estrutura física, atendendo aos usuários de maneira eficiente, possuindo bons profissionais da área da saúde”.
Comércio e pedágio
“Quanto ao comércio, temos boas opções de compras na cidade, boas lojas.
Entretanto, observa-se que Ituverava também sofre os efeitos da crise, pela qual passa o país, encontrando-se, no momento, um tanto estagnada.
O fato de se ter um pedágio muito próximo e com uma tarifa considerável pode atrapalhar um pouco o comércio local, fazendo com que pessoas desloquem suas compras para centros vizinhos”.
Cidade promissora
“Ituverava é uma cidade promissora e muito acolhedora, mas que também não pode ficar parada no tempo. Há de se pensar o que seria necessário para se retomar o crescimento, principalmente no setor do comércio e indústria, o que se poderia melhorar neste setor.
Há um projeto para a construção de uma nova Santa Casa, que, futuramente somaria ao crescimento da cidade e, ainda, atrairia pessoas para nossa cidade.
Faz 36 anos que estou em Ituverava e neste tempo vi avanços. Entretanto, tais avanços precisam continuar, sendo, um momento para que se reflita sobre o que é necessário fazer para que Ituverava continue crescendo e oferecendo qualidade de vida para sua população”.
Agronegócio
“Sobre o agronegócio, destaca-se que, há um tempo atrás, o que imperava na cidade era a agricultura. Tínhamos o cultivo do algodão, soja e milho. Porém, com o passar do tempo estas culturas foram substituídas pelo cultivo da cana de açúcar. Com isso, o trabalho rural foi se escasseando e houve a mecanização da lavoura de cana. Isso fez com que a população do campo migrasse para a cidade. Com o êxodo rural começaram a surgir vários problemas. Entre eles, a escassez de emprego na cidade, um aumento de fluxo de trânsito, uma maior capacitação para saneamento básico. Houve o crescimento da cidade e, quando uma cidade cresce, surgem, também, os problemas. Com a vinda das pessoas do campo para a cidade tem-se uma outra realidade. Hoje temos uma cidade onde circulam mais pessoas que procuram por serviços básicos como saúde e educação. Pessoas buscam, também, trabalho. Há de se pensar, também, em uma infraestrutura que dê conta das demandas da cidade”.
Tribuna de Ituverava
“No projeto dos 70 anos do jornal Tribuna de Ituverava, falar sobre desenvolvimento sustentável é muito interessante. A sustentabilidade de uma forma simples consiste em se realizar um desenvolvimento que seja capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades da geração futura. Eu acompanho o Jornal Tribuna de Ituverava desde que passei aqui residir. Nesse período vi a evolução do jornal que sempre se preocupou com sustentabilidade e procura se aprimorar para a prestação de uma informação de qualidade, sem, contudo esquecer de suas raízes, de sua origem.
Houve uma modernização nos equipamentos e também nas instalações para atender à rapidez com que as notícias circulam, porém, a maneira como a notícia é transmitida, com qualidade, ética veio desde sua formação. Com certeza o atual diretor do Jornal Tribuna de Ituverava herdou de seu genitor a dedicação, o comprometimento com a veiculação das informações úteis à sociedade, aprimorando a empresa, para que pudesse acompanhar as mudanças atuais, porém, fazendo-o sempre com muita ética.
Parabenizo o Jornal Tribunal de Ituverava pelos seus setenta anos e pelos serviços prestados à população com as informações e fazendo sempre com que seus leitores possam relembrar da Ituverava de tempos passados, pois, possui uma coluna própria para isto e, assim, verificar o quanto a sociedade evoluiu e precisa se preparar para atender às novas demandas. Parabéns aos administradores, e que o Jornal Tribuna de Ituverava tenha uma existência longa, trazendo sempre a informação necessária, com muita ética e seriedade”.