
O juro do cheque especial desabou em janeiro, após o Banco Central estabelecer limite para a cobrança por parte dos bancos. Dados do BC mostram que a taxa de juros média caiu de 247,6% ao ano em dezembro para 165,6% ao ano em janeiro.
O recuo ocorre na esteira das novas regras para o produto, anunciadas no fim de 2019 pelo Banco Central e aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Desde o dia 6 de janeiro, as instituições financeiras podem cobrar, no máximo, 151,82% ao ano (ou 8% ao mês) de juros no cheque especial.
O objetivo da limitação é corrigir o que, na visão do BC, é uma falha de marcado: o fato de as taxas no cheque especial não recuarem a despeito de, nos últimos anos, os custos para as instituições financeiras estarem em queda, assim como a inadimplência.
Tarifa mensal
Se por um lado o BC limitou o juro cobrado a 151,82% ao ano, por outro ele passou a permitir que os bancos cobrem uma tarifa mensal de até 0,25% sobre o valor do limite do cheque especial que exceder R$ 500. Esta tarifa poderá ser cobrada a partir de 1º de junho deste ano no caso das contas antigas – abertas antes de janeiro. Para quem abriu uma conta recentemente, a cobrança já é possível. No entanto, muitos bancos anunciaram a intenção de não cobrar essa tarifa.
Rotativo do cartão de crédito
O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito caiu 2,0 ponto porcentual de dezembro para janeiro, passando de 318,8% para 316,8% ao ano.
A taxa da modalidade rotativo regular, quando há pagamento mínimo da fatura, passou de 286,2% para 290,0% ao ano de dezembro para janeiro. Na modalidade rotativo não regular, passou de 339,6% para 333,1% ao ano. Ainda sobre o cartão de crédito, o juro do parcelado passou de 175,8% para 184,1% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 64,5% para 66,2% de dezembro para janeiro.
Parcelamento
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.