O olhar do fotógrafo Dennis Stock para o gênero jazz e a contracultura

Fotógrafo registrou importantes shows de jazz nos Estados Unidos

Dentre tantos fotógrafos geniais da Agência Magnum – uma das mais importantes do mundo – provavelmente Dennis Stock é o maior merecedor do status cult.
Isso porque ao longo de sua carreira, o fotojornalista imortalizou singulares momentos do movimento hippie, lendas do jazz e grandes símbolos do cinema hollywoodiano e da contracultura.
Como a boa parte dos fotógrafos ou artistas, Stock já sabia o que queria para a sua vida desde a infância. Começou a fotografar muito cedo e aos 23 anos ganhou um prêmio da revista Life, voltado a jovens fotógrafos.
Nos anos 50 e 60, fez aquelas que são consideradas suas mais importantes fotografias. Observador, o norte-americano percebeu que o movimento hippie, que na época se fortalecia nos Estados Unidos, não era apenas uma tendência.

Sensibilidade
Ele teve a sensibilidade de compreender que aqueles jovens de cabelos cumpridos, falando sobre paz e amor ao som do rock psicodélico, estavam tomando a atitude mais marcante daquela geração, questionando o sistema através de uma ideologia que se tornou uma forma de viver.
Brilhantemente, Stock captou aqueles momentos com suas lentes, ao registrar shows e um pouco do cotidiano daqueles homens e mulheres, que por opção pareciam não pertencer à sociedade.
Algumas das últimas e mais famosas fotos do ator James Dean também foram feitas por Stock, em 1955, mesmo ano que o morreu o protagonista de “Juventude Transviada”. O fotógrafo também é o responsável por capturar belas imagens de outra lenda do cinema: Marylin Monroe.
Notáveis do jazz, como Miles Davis, Louis Armstrong, Billie Holiday e Duke Ellington, também protagonizaram o trabalho do fotógrafo, e algumas das imagens foram parar no seu livro Jazz Street.

Natureza e paisagismo
Mais tarde, após ter deixado a Magnum, ter criado a sua própria companhia de filmes e retornado à agência fotográfica, Dennis Stock passou a se dedicar a natureza e ao paisagismo, nos anos 70 e 80, e à arquitetura, nos anos 90.
Ao contrário da maioria das estrelas fotografadas por ele, Stock morreu com idade avançada, aos 81 anos. No entanto, assim como os tantos artistas imortalizados por suas lentes, o fotógrafo deixou um legado grandioso e bastante inspirador.

Bruno da Silva Inácio é jornalista, mestre em Comunicação e pós-graduado em Literatura Contemporânea, Política e Sociedade e Cultura e Literatura. Atualmente cursa quatro especializações (Cinema, Teoria Psicanalítica, Antropologia e Gestão da Comunicação) e reside em Uberlândia, onde trabalha como assessor de imprensa da Prefeitura.
É autor dos livros “Gula, Ira e Todo o Resto” e “Devaneios e alucinações”, participante de outras quinze obras literárias e colaborador da Tribuna de Ituverava e dos sites Obvious, Provocações Filosóficas e Tenho Mais Discos que Amigos.
Também manteve, entre 2015 e 2019, a página “O mundo na minha xícara de café”, que chegou a contar com 250 mil seguidores no Facebook.