Líder da Paróquia Santa Luzia em Cravinhos (SP), o padre Igor Fernando de Lima disse que espera que o vândalo que destruiu uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em um ramal do Caminho da Fé no feriado da Páscoa se arrependa do gesto.
“Quem agiu dessa forma por intolerância, desconhecimento, incompreensão da fé, que possa também se arrepender, converter seu coração, deixar se iluminar pela verdade de Jesus e que, se possível, corrija seu erro”, afirmou.
No Brasil, a legislação prevê o crime de intolerância religiosa, com pena de 2 a 5 anos de reclusão para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas.
Até o momento, nenhum responsável foi identificado pelo dano.
Vandalismo
A imagem foi encontrada quebrada no sábado (29), quando peregrinos que seguiam rumo a Aparecida (SP) perceberam o estrago na capelinha onde ela ficava abrigada desde 2015, na zona rural entre Cravinhos e São Simão (SP), e acionaram zeladores.
O construtor Roberto Medeiros filmou os pedaços espalhados da santa e disse que o vândalo tinha a imagem como alvo.
“Tinha mais coisas que ele podia destruir, mas eu acredito que ele tenha vindo focado naquilo que ele veio fazer. Ele destruiu uma imagem de puro concreto, aproximadamente 65 centímetros, muito bem colocada, fixada. Ele não conseguiria fazer com a mão, ele bateu nela bastante pra quebrar o que foi quebrado.”
Local de fé
Por dia, cerca de 500 pessoas passam pelo local rumo a Aparecida ou apenas para orar em louvor a Nossa Senhora Aparecida. Manifestações de fé de todo tipo são vistas no lugar que ficou popularmente conhecido como Santinha.
“É um lugar muito calmo. É um lugar que muita gente vem, muita gente passa aqui pedindo graças, põe o joelho no chão, ora. É um lugar diferenciado, quem conhece sabe”, afirma Roberto.
A notícia do vandalismo abalou os fiéis que não veem motivo para a atitude. De acordo com o funcionário público Nelson Longo, o local traz paz e tranquilidade às pessoas.
“Só traz coisas maravilhosas, coisas lindas, coisas muito bacanas, nada de mau. Não faz sentido. A gente vem aqui buscar proteção e infelizmente se depara com uma situação dessa. É muito triste, não tenho nem palavras”, diz Longo.
Fé inabalável
O padre Igor Fernando de Lima acredita que o ato seja isolado, mas diz que o respeito entre as pessoas, independentemente da religião, deve ser maior do que atitudes de intolerância.
“Isso mexe sim com nossos sentimentos religiosos, mas nesse momento não podemos nos esquecer que a nossa fé continua intacta. Nós acabamos de celebrar a Semana Santa, os grandes mistérios da vida de Jesus, da Paixão e morte. Celebramos a ressurreição no Domingo de Páscoa, fomos chamados a reacender em nós os bons sentimentos de Jesus, então a nossa fé continua intacta. Continuamos acreditando na intercessão de Nossa Senhora, no carinho que ela tem por cada um de nós.”
Fonte: https://g1.globo.com/
