Policiais civis alvos da Operação QSJ obtiverem no TSJ liberdade provisória

O delegado de polícia e outros seis policiais civis de Ituverava estão em liberdade

João Paulo de Oliveira Marques

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu liberdade provisória ao delegado de polícia João Paulo de Oliveira Marques na tarde de quinta-feira, 5 de março. A decisão é extensiva a outros seis policiais civis de Ituverava (alvos da Operação QSJ, em setembro do ano passado.
O grupo foi acusado de exigir dinheiro e vantagens indevidas para investigar crimes, e devolver os bens apreendidos às vítimas de furtos e roubos. Um vereador que também foi preso na operação já havia obtido um habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
O advogado Rafael Sousa Barbosa realizou a defesa oral perante os ministros da 6ª Turma do STJ na tarde de quinta-feira. O mandado de soltura deveria ser emitido ontem, sexta-feira, 6 de março. João Paulo de Oliveira Marques e os demais réus estavam no presídio da Polícia Civil na capital paulista.
Justiça
“A defesa continua acreditando na Justiça e espera seguir os trâmites legais do processo”, afirmou Rafael Barbosa.
Por determinação do STJ, os réus devem continuar afastados dos cargos e estão proibidos de manterem contato entre si. As demais medidas que devem ser cumpridas serão estabelecidas pelo juiz de Ituverava.

Operação QSJ

A operação foi batizada de QSJ em referência à linguagem informal usada em comunicações de radiofrequência e significa “dinheiro, grana”. O esquema começou a ser investigado no fim de 2018, após a prisão de uma quadrilha ligada ao jogo do bicho na região.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), policiais civis de Ituverava, Rifaina e Guará teriam recebido vantagens indevidas para investigar crimes ou para priorizar a localização de bens furtados e roubados.
Ao menos 20 casos desse tipo foram identificados entre setembro e outubro de 2018, ainda de acordo com o Gaeco.
Entre as mensagens encontradas nos celulares dos investigados, uma fazia menção à distribuição de R$ 8 mil supostamente pagos por um fazendeiro, depois que a Polícia Civil recuperou 19 cabeças de gado que haviam sido roubadas dele.
O vereador de Ituverava João Batista Nogueira (PSDB) (João do Guincho), que também foi alvo da operação e chegou a ser preso temporariamente, é suspeito de pagar policiais em troca da indicação da sua empresa para fazer o transporte de bens apreendidos.
Fonte: G1