Segundo o Climatempo, as temperaturas devem se aproximar da normalidade ao longo da estação, que começou em 22 de setembro
A primavera, que marca a transição do inverno para o verão, começou domingo, 22 de setembro, às 9h44, horário de Brasília.
Além de multiplicar as flores pelas ruas, a nova estação deve trazer um alívio também para a qualidade do ar, trazendo o retorno das chuvas regulares.
O início da primavera ainda deve ser quente, com previsão de novas ondas de calor, principalmente na primeira quinzena de outubro.
Mas ao longo da estação que vai até o dia 21 de dezembro, a expectativa é que as temperaturas voltem para um padrão mais próximo da normalidade para o período.
Segundo Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, os próximos meses devem ser característicos de transição de um padrão mais seco e quente para um calor mais ameno e úmido.
“Vamos passar de uma condição de calor mais extremo e seco para uma condição de temperaturas mais moderada, um calor bem abafado e com umidade alta”, analisa.
Previsão
De acordo com a Climatempo, as principais tendências para a primavera são: temperaturas mais próximas da normalidade ao longo da estação.
Ainda no início da primavera, a tendência é de temperaturas altas, bem acima da média. Mas, a média que os meses avançam, o esperado é que os desvios de temperaturas se normalizem.
“Até dezembro ainda tem uma boa condição para temperaturas acima da média. A diferença é que não vai ser tão extremo, como foi no ano passado, por exemplo”, explica Lucyrio.
Ondas de calor
Segundo o meteorologista, é bem improvável que grandes ondas de calor aconteçam nos meses de novembro e dezembro, como aconteceu em 2023.
Boa parte do Centro-Norte e algumas regiões de São Paulo, Paraná e Minas Gerais devem registrar marcas acima da média, principalmente entre outubro e novembro.
Já em dezembro, as temperaturas devem ficar bem mais próximas da normalidade, situação muito diferente do observado no ano passado.
Volta das chuvas regulares
Ao longo da estação, a previsão é que as chuvas voltem a cair sobre o país de forma mais regular.
Esse retorno deve contribuir para que as ondas de calor se limitem às áreas do Centro-Norte. Assim, somente a região entre Pará, Tocantins, parte do Nordeste e norte de Goiás devem ter ondas de calor ao longo também de novembro.
“Também diferente do que tivemos no ano passado, devemos ter o retorno mais antecipado das chuvas na maior parte do Brasil, já em novembro”, projeto Lucyrio.
A tendência é que os volumes superem a média em várias partes do Centro-Sul. No Norte, a chuva deve demorar um pouco mais para retornar e para que os acumulados sejam mais significativos.
Dezembro deve ser marcado pelas pancadas de chuva já mais típicas de verão, com a região Sul um pouco mais seca do que o normal – já sob o efeito do La Niña.
Chegada do La Niña
Outro evento que deve influenciar o clima ao longo da estação é o fenômeno La Niña.
O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano. O fenômeno acontece a cada 3 ou 5 anos.
Atualmente, o Oceano Pacífico está na chamada fase neutra, quando não há atuação de nenhum dos dois fenômenos.
Segundo o relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) divulgado no dia 11 de setembro, há 60% de chance da consolidação do La Niña entre outubro e novembro.
Fraca intensidade
Apesar da previsão de instalação do fenômeno, a tendência é que ele seja de fraca intensidade.
Isso porque o aquecimento dos oceanos, de maneira geral, deve amenizar os efeitos do La Niña. Com a previsão de baixa intensidade, o fenômeno deve ter pouca influência nas chuvas no Brasil.
Os efeitos clássicos no país costumam ser: aumento de chuvas no Norte e no Nordeste, tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares, tendência de tempo mais seco no Sul e condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.
Estação
De acordo com o engenheiro agrônomo, Luciano Emanuel da Silva Pereira diferente do ano passado, quando a estação teve influência do El Niño, a primavera de 2024 terá um fenômeno La Niña se desenvolvendo no decorrer da estação. A previsão, até o momento, é de um de La Niña fraco.
“O Centro-Norte e regiões como São Paulo, Paraná e Minas Gerais, contarão com temperaturas acima da média especialmente entre outubro e novembro, mas, em dezembro, elas estarão próximas da normalidade”, afirma.
“Recordes de calor, temperaturas extremas também são comuns nesta estação e grande parte do Brasil. Mas vale lembrar que esta primavera, como no ano passado, acontece em um ambiente planetário mais quente”, diz.
“O ano de 2024 também vem batendo recordes de calor na atmosfera e no oceano.Os efeitos do La Niña serão mais notados em novembro e em dezembro, aumentando as condições para chuva em áreas do Sudeste”, observa.
Corredores de Umidade
Os corredores de umidade devem se organizar no fim de novembro, segundo o engenheiro, e é possível que haja a formação de eventos de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), em dezembro.
“Uma característica básica da primavera é o aumento do calor. O Hemisfério Sul tem naturalmente um aquecimento maior porque ocorre um aumento da insolação”, destaca Pereira.
“Isso quer dizer que o número de horas de sol para aquecer o ar vai aumentando cada vez mais até o fim da estação. Assim, o predomínio de dias quentes é normal durante a primavera. Recordes de calor, temperaturas extremas também são comuns nesta estação e grande parte do Brasil” explica.
“Mas vale lembrar que esta primavera, assim como no ano passado, acontece em um ambiente planetário mais quente. O ano de 2024 também vem batendo recordes de calor na atmosfera e no oceano, como aconteceu em 2023”, completa Luciano Emanuel.
Primavera 2024 no estado de São Paulo será de setembro a dezembro
Setembro
O mês de setembro as temperaturas foram acima da média da época sem chuvas nesse mês.
“Existe probabilidades de até 40% de chuvas para este final de semana, 28 e 29 de setembro, com nuvens e etc, mas temos que esperar, porque ultimamente Ituverava tem probabillidades, mas a chuva não vem, infelizmente”, lamenta o engenheiro agrônomo.
Outubro
Para o mês de outubro, a previsão é de chuva dentro a um pouco acima da média no sul e extremo norte de São Paulo. O centro-oeste do estado deve ter menos chuva do que a média normal.
A chuva deve acontecer especialmente na forma de pancadas que tendem a ficar mais regulares no decorrer da segunda quinzena do mês. Em relação ao ano passado, o volume de outubro de 2024 chuva deve ser menor.
“Em outubro, acredito que somos privilegiados por estar perto de Franca e divisa com Minas. Na região de Ribeirão Preto, a chuva de outubro deve privilegiar as áreas próximas da divisa com o Triângulo Mineiro”.
“A região de Franca deve terminar o mês com um pouco mais de chuva do que média para o mês. ter chuva mais frequente do que as outras áreas do Norte de São Paulo”.
Novembro
Em novembro, as pancadas de chuva serão mais frequentes do que em outubro. O volume de chuva na maioria das regiões do estado de São Paulo deve ficar dentro da média para o mês, incluindo a Grande São Paulo.
Com a chuva acontecendo com maior regularidade, já não teremos tantos eventos de ar extremamente seco e de fumaça.
Em relação à temperatura, a previsão é de que em novembro seja mês com temperaturas dentro da média no centro, sul e leste do estado de São Paulo. Áreas no norte e centro-oeste terão um pouco mais de calor do que o normal.
Dezembro
Para o mês de dezembro, a previsão é de que todo o estado de São Paulo tenha um pouco mais de chuva do que a média.
Isso significa que será um mês com chuva mais frequente, já com a contribuição de organização de corredores de umidade e até a possibilidade de um evento de Zona de Convergência do Atlântico Sul.
Um aumento da chuva e da nebulosidade a temperatura em dezembro deve ficar dentro da média em todas as áreas do Estado de São Paulo.