Quedas constantes de energia prejudicam população

No início do ano, parte do bairro Vila São Jorge ficou sem energia durante quase 12 horas

Em Ituverava e região essas
quedas são frequentes mesmo quando não há indício de chuvas

Em caso de tempestades acompanhados de raios – como têm ocorrido recentemente –, não cabe às empresas fornecedoras de energia elétrica a responsabilidade pelas quedas de energia. No entanto, em Ituverava e região essas quedas são frequentes mesmo quando não há indício de chuvas.
No começo de janeiro, por exemplo, parte do bairro Vila São Jorge ficou sem energia da madrugada do dia 6, até por volta das 16h do dia 7. Moradores entraram em contato com a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), responsável pelo fornecimento de energia na cidade, por diversas vezes. Em todas elas, a empresa afirmou que resolveria o problema dentro de minutos, o que não foi cumprido.
Situação parecida ocorreu do dia 12 para o dia 13 de dezembro do ano passado, quando um setor do Jardim Marajoara ficou sem energia por cerca de 18 horas.
Consequências
As consequências disso são inúmeras. Aparelhos eletrodomésticos podem queimar; produtos estragam nas geladeiras; atividades domésticas são interrompidas e até mesmo eventos são cancelados.
Outro problema é que a falta de energia, principalmente durante a noite e madrugada, causa insegurança á população, pois criminosos podem se aproveitar da situação para agir.
É compreensível que a falta de energia aconteça esporadicamente, porém com a frequência que ela tem ocorrido e a falta de avisos prévios à população demonstra certo descaso da CPFL.
A Tribuna de Ituverava entrou em contato com o setor de Comunicação da CPFL. Porém, até o fechamento desta edição, não havia recebido nenhuma resposta.
Procon
Em entrevista concedida à Tribuna de Ituverava, o diretor do Procon de Ituverava, Marcelo Spósito Liporaci Machado, explica como proceder diante deste tipo de problemas. “As constantes quedas de energia elétrica têm causado prejuízos materiais aos consumidores, sendo certo que, muitas vezes, produtos armazenados em geladeiras estragam, e equipamentos elétricos ou eletrônicos são danificados assim que há o restabelecimento do serviço”, relata.
“Em qualquer situação, onde fique configurada a má prestação do serviço por parte da concessionária de energia, bem como o dano material sofrido pelo consumidor, ele deve primeiramente registrar o ocorrido na concessionária, seja através do 0800 ou no escritório da empresa instalado na cidade. Via de regra, será exigido que o consumidor apresente três orçamentos, por escrito, nos quais deverão constar basicamente a origem do dano no produto, peças a serem substituídas e valor”, diz Liporaci.
Machado lembra que a lei prevê que todos os prejuízos causados aos consumidores pelas concessionárias de energia elétrica devem ser reparados, sejam eles materiais, morais, lucros cessantes ou danos emergentes.
“Para finalizar, quero fazer menção ao dito comum nos meios jurídicos que diz ‘a justiça não socorre aqueles que dormem’, ou seja, se você sofreu um prejuízo e não ‘correr atrás’, ficará no prejuízo mesmo”, completa Marcelo Spósito Liporaci Machado.

Queixa
Um morador do bairro Vila São Jorge, que preferiu não se identificar, fala sobre a situação. “É complicado porque as quedas acontecem com muita frequência. Se fosse só em períodos chuvosos, tudo bem, mas os problemas persistem o ano todo. No começo do mês, eu recebi visitas em casa e então fiquei sem energia por mais de doze horas. O que dizer a elas? É um constrangimento muito grande”, diz.

Período de chuvas pode trazer danos a eletrônicos

No período chuvoso, aumenta a incidência de danos dos equipamentos elétricos e eletrônicos. Entre os transtornos mais comuns causados pelas chuvas – que devem durar até março de 2018 –, estão as quedas e falhas no fornecimento de energia elétrica. Tais incidentes, causados pelas tempestades, geram impactos significativos na vida das pessoas e podem ser sentidos principalmente nas grandes cidades.
A ocorrência de descargas elétricas durante o período chuvoso também é alta. O Brasil é líder mundial na incidência de raios, com 50 milhões de descargas por ano, segundo dados divulgados pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O levantamento realizado pelo instituto aponta ainda que nos últimos seis anos, o número médio anual de raios no Brasil foi de 77,8 milhões. Esse valor é bem superior ao obtido no levantamento feito em 2002, que apontava cerca de 55 milhões de raios.
Esses problemas podem ser minimizados com algumas ações simples e com equipamentos de proteção. Desligar da tomada os aparelhos que são mais sensíveis, como computadores, televisores e telefones, é uma dica importante em dias de chuva forte.
Outra sugestão é o uso de nobreak, um equipamento que protege os dispositivos conectados nele contra variações bruscas na rede elétrica e em situações nas quais o fornecimento normal da energia é interrompido, reduzindo os riscos causados por desligamentos inesperados.

Nobreak
Para isso, o nobreak conta com baterias que suprem a demanda de energia por um período seguro, permitindo o devido desligamento do aparelho elétrico ou eletrônico.
Em situações de quedas de energia, ele protege e estabiliza as oscilações de tensão da rede elétrica, evitando, inclusive, curtos-circuitos. “O aparelho tem ainda a capacidade de ‘limpar’ a energia fornecida pelas concessionárias, para que a eletricidade que alimenta os equipamentos seja de qualidade, evitando perdas de dados e danos causados a eles”, diz Jamil Mouallem, diretor comercial da TS Shara.
Isso porque a energia que recebemos costuma sofrer pequenas, mas significativas, mudanças na tensão da rede, especialmente após uma queda ou falha de energia.
No entanto, o produto também pode ser usado em outros equipamentos ligados à rede elétrica, como eletrodomésticos em geral. “O consumidor precisa estar ciente de que ele está adquirindo uma espécie de ‘seguro’ para o seu equipamento”, diz Mouallem.

Carga critica
Ele é recomendado para utilização em cargas críticas – como servidores, equipamentos bancários e hospitalares –, mas também em residências, escritórios e comércio, protegendo telefones e equipamentos de áudio e vídeo (home theaters), por exemplo.
“É importante levar em consideração o quão sensível é o equipamento digital alimentado pelo nobreak e, mais ainda, qual é o custo do mesmo parado ou danificado para a operação. Neste caso, é importante avaliar não somente o bem, mas o custo total de operação a que se está protegendo, reduzindo o risco de perdas”, afirma o especialista.