Região de Ribeirão Preto tem gasolina mais cara do Estado em dezembro, segundo ANP

Monte Alto (SP), Ribeirão Preto (SP) e Bebedouro (SP) são as três cidades paulistas com a gasolina mais cara em dezembro, segundo levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Nesses três municípios da região, os postos apresentaram o litro com cotações médias entre R$ 4,14 e R$ R$ 4,15 no balanço parcial entre 108 cidades – os valores devem ser alterados com o novo reajuste de 1,7% nas refinarias anunciado pela Petrobras. Barretos (SP) tem a sexta maior tarifa do Estado, com R$ 4,12.

Como são classificações médias, nessas cidades também é possível encontrar cotações ainda maiores, como em Ribeirão Preto, com o litro na faixa de R$ 4,29.

“Um excesso, um exagero, muito difícil de a gente conseguir manter o que precisa diariamente para trabalhar. Não é nem por luxo, é por necessidade”, afirma a auxiliar contábil Ana Paula Baltazar Guilhermo, que utiliza o carro para trabalhar e levar a filha à escola em Ribeirão Preto.

Os valores são até 11,6% mais elevados na comparação com os menores preços praticados em São Paulo, em municípios como São José dos Campos (SP), Taboão da Serra (SP) e Mogi Mirim (SP), com o combustível na faixa de R$ 3,72 a R$ 3,77, além das médias do Estado e de todo o Brasil.

Ribeirão, Monte Alto e Bebedouro também estão entre as oito cidades que apresentaram as maiores diferenças entre o preço inicial das refinarias e o valor cobrado ao consumidor, respectivamente com margens de 18,75%, 18,25% e 16,36%, em contraposição a São José dos Campos, com a menor diferença, de 7,44%.

Preço das ‘bandeiradas’
Para o diretor de assuntos governamentais do Sindicato Brasileiro das Distribuidoras de Combustíveis (Simbracom), Flávio Jandoso Navarro, a diferença de preços de Ribeirão em relação a outras cidades do Estado se dá em função da dominância das grandes marcas, que impõem um preço mais elevado aos combustíveis e têm mais representatividade na rede de postos da cidade – em torno de 70% das unidades.

“Elas utilizam-se de uma atitude de marketing em que conseguem vender o combustível mais caro pros postos. Uma bandeirada vende mais caro do que uma independente”, diz.

Além disso, Navarro afirma que a política de reajustes diários praticada pela Petrobras dificulta o planejamento contábil das distribuidoras e, consequentemente, dos postos, que repassam para o consumidor.

“Hoje a gente não tem mais um controle do que vai acontecer amanhã. Se vai subir ou se vai baixar o combustível. E nessa situação, quando a gente recebe as baixas ou as altas do combustível que vem da Petrobras, a gente não tem o preço exato que vai estar no dia seguinte”, argumenta.

Fonte: g1.globo.com