Ribeirão Preto tem 24º PIB do país, mas atinge pior taxa de crescimento desde 2011, aponta IBGE

Ribeirão Preto (SP) registrou em 2015 um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 27,8 bilhões, valor que a coloca entre as 24 maiores economias do país e é superior ao de 15 capitais brasileiras, segundo dados divulgados esta semana pelo IBGE.

Apesar da posição de destaque, o município do interior de São Paulo já apelidado de “Califórnia Brasileira” e capital do agronegócio apresentou uma desaceleração média anual de 11,8% nas taxas de crescimento desde 2011, sobretudo em função de altas gradativamente menores nos segmentos de serviços e comércio, os que puxam a economia local.

O resultado mais recente da cidade é superior ao obtido em 2010, quando a cidade era a 30ª na geração de riquezas no país.

“Isso não é uma preocupação a ponto de achar que a economia da cidade está parando. Ela está simplesmente acompanhando o ritmo nacional”, explica o economista Sérgio Sakurai, professor da USP de Ribeirão.

Economia em queda

Segundo as informações do instituto, a soma de todas as riquezas geradas por Ribeirão Preto em 2015 foi 3,8% maior na comparação com o registrado em 2014, com um PIB de R$ 26,7 bilhões. A alta, no entanto, foi a menor registrada desde 2011.

Naquele ano, a econômica local cresceu 10,10%. O ritmo caiu para 8,5% em 2012 e voltou a subir 13,96% em 2013, mas voltou a entrar em queda, de 7,5% em 2014, até chegar ao seu patamar de crescimento mais baixo dois anos atrás. Na média, desde 2011, as taxas de crescimento anual caíram, em média, 11,8%.

No mesmo período analisado, o setor de serviços apresentou o mesmo comportamento. As altas, que chegaram a 14,6% entre 2010 e 2011, e de 14,76%, entre 2012 e 2013, chegaram a 8,7% entre 2013 e 2014 e a 1,07%, a menor da série, em 2015.

“Isso é explicado muito pelo fato de a economia estar em uma situação não muito boa. Por exemplo, no comércio tem muita coisa que é venda a crédito. E nos últimos anos as taxas de juro no Brasil estavam muito altas. Uma coisa é crédito caro, outra coisa é muita gente desempregada e sem renda. Isso também explica um pouco por que esse setor sofreu nos últimos anos”, diz Sakurai.

Em contrapartida, o setor industrial, o segundo mais importante na geração de renda na cidade, melhorou seu desempenho, saindo de taxas de queda de 7,4% e de 11,9% em 2011 e 2012 para apresentar altas crescentes entre 203 e 2015: de 4,5%, 17,39% e 25,92%. “Como a base é pequena, quando você cresce em torno de um número pequeno, em termos proporcionais fica grande.”

Segundo o economista, a expectativa é de que os números referentes a 2016 e 2017 sejam parecidos com os registrados até 2015. “Talvez 2018 possa mostrar alguma coisa mais animadora. A própria economia, os próprios indicadores mais recentes, mostram que este ano já foi de alguma recuperação.”

24º PIB do país

Os R$ 27,8 bilhões gerados por Ribeirão Preto em 2015 deixaram a cidade entre as 24 maiores economias do país no período.

O resultado deixou a cidade na frente de 15 capitais: São Luís, Campo Grande, Vitória, Cuiabá, Natal, Maceió, Florianópolis, João Pessoa, Teresina, Aracaju, Porto Velho, Macapá, Rio Branco, Boa Vista e Palmas.

O setor de serviços, que engloba comércio, fechou com um PIB de R$ 18,8 bilhões. Na sequência, aparece a indústria, com R$ 3,4 bilhões, e serviços de administração pública, com R$ 2,6 bilhões. A agropecuária movimentou R$ 78,5 milhões.

Fonte: g1.globo.com