Deu ruim!!! Santos covarde envergonha torcedor; continuará um visitante passivo?

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Ufa! Essa foi a reação do santista ao ver o apito final do árbitro Pericles Bassols na goleada do Grêmio por 5 a 1, domingo, na Arena.

Porque o sofrimento e o baile gremista, enfim, acabavam. Nada justifica a postura covarde de um time que causou pouquíssimo perigo ao Grêmio.

Vale ressaltar, no entanto, que as críticas ao pífio desempenho do Santos não diminuem o espetacular futebol do Grêmio. Mas neste espaço específico trataremos da desastrosa noite do Peixe, pela segunda vez seguida um visitante inofensivo.

A postura passiva diante do Tricolor gaúcho foi a mesma apresentada na derrota por 1 a 0 para o Nacional, do Uruguai, onde o time entrou em campo no Parque Central classificado para as oitavas de final da Taça Libertadores. Dessa vez, no entanto, havia um adversário com muito mais qualidade e pronto para aproveitar a fragilidade santista.

Para se ter uma ideia do péssimo futebol santista, uma cena que normalmente causaria preocupação ao torcedor até teve algum lado positivo.

Aos 46 minutos do segundo tempo, Vanderlei e Alison se xingaram em campo.

Embora não seja algo louvável, a discussão dos dois ao menos mostra indignação com a derrota vexatória e uma cobrança mútua para tentar melhorar. Para que fique claro: não estamos aqui incentivando atitudes violentas. Apenas analisando um fato dentro de um contexto maior.

Na saída do campo, o colega e repórter Anselmo Caparica tinha a intenção de entrevistar o goleiro Vanderlei, irritado após discutir com Alison e contrariado com o resultado.

Caparica, no entanto, relatou que o capitão David Braz pediu para ser entrevistado, pois quis “evitar polêmica”. O bom senso que sobrou para o zagueiro nessa atitude faltou ao reclamar da arbitragem por uma possível irregularidade na falta marcada a favor do Grêmio que originou o terceiro gol gaúcho, de Maicon (veja no vídeo abaixo).

Ora, mesmo que a reclamação tenha algum sentido – não sei dizer se há –, não há como ninguém do Santos reclamar de arbitragem depois de uma derrota por goleada com uma verdadeira aula de futebol do Grêmio. Soa absurdo e inoportuno.

As duas únicas vezes em que o Santos chegou ao ataque no primeiro tempo foram pelos pés de Rodrygo. Na primeira, o atacante finalizou em cima da zaga gremista.

Na segunda, ele acionou Léo Cittadini, que serviu Jean Mota. O meia finalizou fraco de pé direito, mas contou com um desvio na defesa para fazer o gol de honra na derrota.

Foram as duas raras vezes em que o time teve aproximação e conseguiu trocar passes.

Na maior parte do tempo o Santos se comportou como na imagem abaixo: os 11 jogadores atrás da linha da bola. O time esperou o Grêmio.

Mas nem em momentos como esse o Santos conseguiu evitar o primeiro gol gaúcho, em um chutaço de Maicon no ângulo. Veja que praticamente toda a equipe está na defesa, após o rebote do escanteio.

Não há um erro nessa estratégia, desde que o time se proponha a jogar quando tiver a posse. Mas isso praticamente não aconteceu. O desarme santista era a senha para uma rápida pressão gremista, sem deixar o adversário respirar.

Em mais de uma oportunidade Sasha recuou pelo lado direito para compor na marcação, obviamente orientado por Jair Ventura.

O time não tinha desafogo pelos lados e quando conseguia, como aos 45 minutos do primeiro tempo com Rodrygo, não havia aproximação dos jogadores. O resultado era uma nova perda da posse de bola.

– A questão do Santos não está nas peças, mas sim na postura. Na primeira jogada tramada na frente da área do Grêmio o time chegou ao gol. É uma questão de postura. Independentemente da qualidade do Grêmio o Santos pode jogar mais. É um time jovem. Tem talento, mas joga muito distante. Os jogadores do Grêmio se aproximam, e os do Santos não. Diificulta a criatividade

único escanteio a favor do Santos saiu aos 15 minutos do segundo tempo. Sinal de que o time não tinha profundidade.

Os números, aliás, refletem o baile do Grêmio em campo:

  • Finalizações: 18 x 6
  • Chances reais de gol: 8 x 1
  • Escanteios: 8 x 1
  • Passes certos: 376 x 192
  • Passes errados: 9 x 23
  • Posse de bola: 62% x 38%

No quinto gol do Grêmio, Jean Mota tenta armar um contra-ataque, erra o passe e volta caminhando. A jogada segue.

O time gaúcho troca passes até Artur receber na entrada da área com espaço para dominar, ajeitar e finalizar. O próprio Jean Mota chega atrasado e não consegue evitar o chute.

Durante a transmissão do SporTV, o narrador Jader Rocha informou que o Grêmio chegou a tocar a bola durante 1 minuto e 25 segundos sem perder a posse. É muito tempo no atual futebol profissional.

Embora a postura do time tenha sido péssima nas duas últimas partidas como visitante, não acho que o trabalho do técnico Jair Ventura deva ser interrompido.

Mas é urgente a importância de entender que esse Santos passivo fora de casanão representa a tradição do clube e menos ainda o torcedor. O Peixe não deu qualquer sinalização de que poderia ao menos brigar pela vitória. É se contentar com muito pouco.

Não que o torcedor santista ache que o atual elenco é capaz de massacrar o Grêmio dentro da Arena e vencer com facilidade. Longe disso. Mas também não pode vender tão facilmente a derrota da maneira que foi.

Agora o time tem até quinta-feira para juntar os cacos e enfrentar o Luverdense, na Vila Belmiro, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

Fonte: globoesporte.globo.com