Semana Nacional de Trânsito foi de 18 a 25 de setembro

Ação tem como objetivo conscientizar motoristas, ciclistas e pedestres sobre ações que tornem o trânsito mais seguro

Objetivo conscientizar motoristas, ciclistas e pedestres para ações que transformem o trânsito mais seguro

Realizada entre 18 e 25 de setembro, a Semana Nacional de Trânsito é uma iniciativa coordenada pela Secretaria Nacional de Transportes Terrestres (SNTT) e pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), e tem como objetivo conscientizar motoristas, ciclistas e pedestres para ações que transformem o trânsito mais seguro.
Prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a semana é celebrada com ações integradas entre a sociedade e o poder público. O tema de 2019, “No trânsito, dê sentido à vida”, segue as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) para redução de 50% dos índices de mortalidade no trânsito nos países membros.
A Semana Nacional do Trânsito também faz parte da estratégia educativa do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), determinada pela Resolução nº 771/2019, que vai durar até 2020. No entanto, o alerta da Semana de Trânsito deve valer para o ano todo.
O secretário de transportes terrestres, general Jamil Megid, explica que, este ano, o foco das campanhas de trânsito serão os mais vulneráveis: pedestres, ciclistas e motociclistas.
“Precisamos reduzir as estatísticas de mortes e acidentes, e não há outro caminho senão o da educação. E essa transformação é um trabalho de toda a sociedade. É um trabalho que passa por cada um de nós”, disse Megid.

Números
A tentativa de sensibilizar os brasileiros é indispensável. Em 2016, quando foi realizado o último levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o país registrou 37.345 mortes no trânsito. O número equivale a aproximadamente 102 vidas perdidas por dia.
Para o diretor do Denatran, Jerry Dias, a Semana Nacional de Trânsito é um momento de reflexão a respeito da necessidade de ações concretas que promovam a redução das mortes e lesões no trânsito.
De acordo com Dias, dados do seguro DPVAT revelaram que, de 2008 a 2017, cerca de 500 mil pessoas perderam a vida no trânsito brasileiro e outras 3 milhões ficaram com algum tipo de invalidez permanente.
Com o mote “no trânsito, dê sentido à vida”, as mensagens da campanha da Semana Nacional do Trânsito visam promover essa reflexão na sociedade para gerar uma mudança de postura. As frases ilustram a atenção e os cuidados que pedestres, ciclistas e motoristas devem ter na preservação da vida e no respeito às regras de trânsito.

Próximas ações
Além de direcionar as ações da Semana Nacional de Trânsito, a Resolução nº 771/2019 revogou o texto da Resolução nº 706/2017, que previa multas para pedestres e ciclistas. A decisão foi tomada porque o Contran entendeu que é preciso promover campanhas educativas efetivas antes de estabelecer sanções.
Pelo calendário da Resolução nº 771/2019, de setembro a dezembro de 2019, os protagonistas das ações serão os ciclistas. Temas como a proteção dos ciclistas, a preservação da vida no trânsito pelo Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito e a bicicleta nas férias escolares e o seu convívio no trânsito serão trabalhados pelos policiais, escolas e entidades ligadas ao trânsito.

Motoristas

Em 2020, os motociclistas é que serão alvo das campanhas. Em janeiro, o mote será “respeite o motociclista, respeite a vida”. Em fevereiro, a valorização da Lei Seca e sua importância na redução de acidentes. Em abril, a ideia de que o capacete é vida será trabalhada.
Por fim, a campanha de educação sobre a utilização do celular quando estamos em movimento, nos papéis de pedestre/ciclista/condutor será apresentada.

Brasil registra média de cinco mortes por hora do trânsito

Acidentes de trânsito causam 5 mortes no Brasil a cada 1 hora, de acordo com um relatório divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre 2008 e 2016, o total de 368.821 pessoas morreram vítimas de transporte nas estradas e ruas do país.
Os dados são os mais recentes compilados pelo Ministério da Saúde, visto que o processo de registro de óbito é demorado, levando até dois anos para contabilizar todos os casos.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, um balanço feito separadamente dos últimos 10 anos, de 2009 a 2018, aponta que os acidentes de trânsito deixaram mais de 1,6 milhão de feridos. Isso levou ao custo de quase R$ 3 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a análise do CFM, a cada hora, cerca de 20 pessoas dão entrada em um hospital da rede pública de saúde com ferimento grave decorrente de acidente de transporte terrestre.

Números de vítimas

Ao avaliar o volume total de vítimas graves do tráfego nos últimos dez anos (1.636.878), o CFM informa que 60% desses casos envolveram vítimas com idade entre 15 e 39 anos, sendo menor a frequência nas faixas etárias que vão de zero a 14 anos (8,2%) e em maiores de 60 anos (8,4%). Do total, quase 80% das vítimas eram do sexo masculino.
De acordo com o CFM, que considerou ainda dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, só em 2016 (ano mais recente disponível), foram registrados 37.345 óbitos decorrentes de acidentes de transportes terrestres.
A quantidade é a menor registrada no período analisado (2007 a 2016), porém, o Conselho aponta que o número de mortes tem avançado em alguns estados, sobretudo das regiões Nordeste e Norte do País.