SPA prejudica cérebro e atinge 24% dos brasileiros

Síndrome do Pensamento Acelerado é o resultado do excesso de atividades e de estímulos submetidos ao cérebro

Doenças psicológicas geralmente não têm manifestação física e, desta forma, nem sempre são fáceis de serem percebidas, e até mesmo diagnosticadas. As causas são multifatoriais e pessoas que possuem parentes com determinados distúrbios psicológicos têm maior probabilidade de desenvolvê-los.
Fatores ambientais, tais como conflitos do dia a dia, eventos traumáticos, carência nutricional, solidão, desempenho de inúmeros papéis e uso de drogas também interferem bastante na manifestação dessas doenças, que muitas vezes se manifestam de formas diferentes de acordo com o contexto cultural em que as pessoas se inserem.
Um desses problemas, a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), é o resultado do excesso de atividades e de estímulos sociais que somos submetidos diariamente, e impede o desenvolvimento das funções da inteligência, como refletir antes de agir, expor e não impor idéias, exercer a resiliência, colocar-se no lugar do outro.
Especialistas dizem que a síndrome do pensamento acelerado não é uma doença, mas sim um sintoma vinculado a um quadro de transtorno de ansiedade.
As pessoas mais vulneráveis geralmente são aquelas que são avaliadas constantemente por conta das suas obrigações profissionais, não podendo desligar um minuto sequer, caso contrário o trabalho é comprometido. Bons exemplos são executivos, jornalistas, escritores, publicitários, professores e profissionais da saúde.
As possíveis causas são, além dessa ansiedade devido à pressão profissional, o excesso de informações às quais somos submetidos durante o dia, condição considerada normal nos dias de hoje.

Sintomas
Dentre os sintomas da SPA, que já atinge 24% dos brasileiros, está a sensação de estar sendo esmagado pela rotina, com aquela impressão de que 24 horas são insuficientes para cumprir tudo o que você tem planejado para o dia. Há ainda o sentimento persistente de apreensão, falta de memória, déficit de atenção, irritabilidade e sono alterado. O humor flutuante é outra característica bem comum.
O esgotamento mental da pessoa que não consegue desacelerar o seu pensamento normalmente se converte em cansaço físico também. Isso porque o córtex cerebral, a camada mais evoluída do cérebro, “rouba” energia que deveria ser utilizada em músculos e outros órgãos.

Tecnologia possui parcela de responsabilidade na síndrome

Um componente que colabora muito para o aumento nos casos de síndrome do pensamento acelerado e para a piora no quadro é a tecnologia. Primeiro, com a popularização da televisão, há décadas, as crianças começaram a ter menos atenção na escola e os educadores mais dificuldade para influenciar o universo psíquico dos jovens.
Depois, vieram os computadores e videogames. Hoje, as redes sociais são um mundo que oferece um excesso de estímulos e informações. Passar uma noite inteira no Facebook significa uma quantidade absurda de textos (lidos e escritos) e imagens passando pelo nosso cérebro em um tempo curto. Além disso, ser usuário de uma rede social colabora para a ansiedade – cria-se o costume de consultá-las o tempo todo para checar se há novas mensagens.
A Síndrome do Pensamento Acelerado foi denominada e vem sendo estudada pelo psiquiatra, pesquisador e escritor Augusto Cury. Um de seus livros mais lidos é Ansiedade, o mal do século. Ele também é autor da Teoria da Inteligência Multifocal e descobriu a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), ao estudar o pensamento como ciência.

Fique atento
Você tem ansiedade excessiva, irritabilidade, flutuação emocional, inquietação, intolerância a contrariedades, déficit de concentração, esquecimento, fadiga excessiva e cansaço ao despertar?
Constantemente sente dores de cabeça ou musculares, tem queda de cabelo e sintomas de gastrite como desconforto na região abdominal, enjôo, falta de apetite, etc.
Se sua resposta for sim, na maioria dos pontos, é bem provável que esteja sofrendo de Síndrome do Pensamento Acelerado. Busque ajuda profissional com um psicólogo.