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O cineasta suéco Ingmar Bergman

Dentre os meus cineastas favoritos, o sueco Ingmar Bergman ocupa posição de destaque, por conta de seus filmes originais, introspectivos e ricos em simbolismos, especialmente para o campo da psicanálise.
Sua extensa carreira cinematográfica é marcada por excelentes roteiros, ótimos diálogos e profundas reflexões filosóficas.
Muito disso também aparece em suas entrevistas publicadas em diversos veículos pelo mundo todo. Algumas delas estão no excelente livro O cinema segundo Bergman, lançado em 1977 e encontrado com certa dificuldade em sebos.
São muitos os filmes de Bergman que me marcaram e alguns deles estão entre os meus favoritos. Confira, a seguir, cinco longas-metragens essenciais para conhecer o trabalho do cineasta sueco:

O Sétimo Selo (1957)
Presença obrigatória nas listas dos melhores filmes de todos os tempos, O Sétimo
Selo apresenta um cavaleiro que retorna das Cruzadas, encontra seu país devastado pela Peste Negra e se depara com a Morte, que o informa que sua hora de partir chegou.
Como forma de ganhar mais tempo, o cavaleiro propõe um jogo de xadrez e, a partir disso, reflete sobre o sentido da vida e sua relação com Deus.

Morangos Silvestres (1957)
Um médico bastante respeitado viaja de Estocolmo para Lund, na Suécia, com sua nora para receber uma homenagem.
Pelo caminho, conhece algumas pessoas e reflete sobre diversos aspectos de sua vida, especialmente as decisões tomadas na juventude. É um filme bastante delicado, inteligente e intimista.
Persona (1966)
Provavelmente o meu filme favorito de Bergman, Persona acompanha uma atriz teatral de sucesso que, sem motivo aparente, para de falar e, por conta disso, passa a receber cuidados de uma enfermeira em uma casa reclusa, perto da praia.
A relação das duas, a princípio pacífica, se torna marcada por transferências e, em pouco tempo, resulta em embates complexos.

A Hora do Lobo (1968)
Ótima indicação para quem se interessa pelo cinema surrealista, A Hora do Lobo é marcado por uma estética própria e cenas claustrofóbicas.
Os personagens centrais são um pintor e sua esposa, que vão morar em uma ilha afastada e passam a lidar com angústias e conflitos psicológicos.
O filme aborda diversos traumas em mulheres de uma mesma família, com uma fotografia que se destaca por cores fortes e muita simetria.

Bruno da Silva Inácio é jornalista, mestre em Comunicação e pós-graduado em Literatura Contemporânea, Política e Sociedade e Cultura e Literatura. Atualmente cursa quatro especializações (Cinema, Teoria Psicanalítica, Antropologia e Gestão da Comunicação) e reside em Uberlândia, onde trabalha como assessor de imprensa da Prefeitura.
É autor dos livros “Gula, Ira e Todo o Resto” e “Devaneios e alucinações”, participante de outras quinze obras literárias e colaborador da Tribuna de Ituverava e dos sites Obvious, Provocações Filosóficas e Tenho Mais Discos que Amigos.
Também manteve, entre 2015 e 2019, a página “O mundo na minha xícara de café”, que chegou a contar com 250 mil seguidores no Facebook.