Viagem de Ituverava à São Paulo custa R$ 192 apenas em pedágios

Praça de pedágio entre Ituverava e Guára: mais caro até São Paulo

Praça mais cara é a de Ituverava, o que evidencia os prejuízos causados pelo pedágio à cidade

Os ituveravenses que forem viajar para São Paulo terão que desembolsar R$ 192 (R$ 96 para a ida e R$ 96 para a volta) somente em pedágios. Ao longo dos 428 km que separam as duas cidades, existem dez praças de pedágio, localizadas em Ituverava, Sales Oliveira, São Simão, Santa Rita do Passa Quatro, Pirassununga, Leme, Limeira, Sumaré, Itupeva e Caieiras.
Seis deles estão localizados na Rodovia Anhanguera e os quatro últimos na Rodovia dos Bandeirantes. Seis custam mais de R$ 10 e quatro, menos (confira no quadro). O maior valor cobrado é na praça de Ituverava (R$ 13,50) e o menor em Limeira (R$ 7).

Pedágio de Ituverava
Os gastos evidenciam, mais uma vez, o quanto o valor do pedágio de Ituverava é desproporcional. Em meio a dez praças no trajeto entre o município e a capital do Estado, é a de Ituverava que aparece como a mais cara. O valor, aliás, representa 14% do total pago em pedágios nessa viagem de 428 km.
Para que a diferença se torne ainda mais perceptível, basta observar que entre Ituverava e Guará, o motorista paga R$ 27 em pedágio (ida e volta). Ou seja, em um percurso de 24 km, também ida e volta, o motorista paga R$ R$ 1,12 por quilômetro.
Já entre Limeira e Sumaré, o motorista paga R$ 14 para percorrer uma distância de 80 km (ida e volta), o que representa R$ 0,17 por quilômetro. Se esse mesmo valor fosse aplicado proporcionalmente a Ituverava, o pedágio custaria apenas R$ 2,04.

Crítica
A crítica que a Tribuna de Ituverava tem feito ao longo dos anos não se refere só à existência da praça de pedágio. O semanário entende que as rodovias paulistas estão entre as melhores do país e que parte do investimento em melhorias vem do dinheiro arrecadado em pedágios.
O questionamento é feito por conta do valor exorbitante cobrado. O pedágio de Ituverava é um dos mais caros do Estado e prejudica o município de diversas formas.
Além do prejuízo diário causado às pessoas que moram em Guará e trabalham em Ituverava (ou vice versa), o pedágio afasta da cidade possíveis consumidores.
Ituverava tem um dos comércios mais completos da região, com capacidade de atender a várias cidades. No entanto, por conta do valor elevado do pedágio, a maioria das pessoas prefere fazer compras em outras cidades.
Esse, inclusive, é um dos motivos que tem contribuído para que outras cidades da região, como São Joaquim da Barra, tenham um crescimento econômico maior que o de Ituverava.

ISS
Outra questão pertinente é o valor recebido por Ituverava em repasses provenientes do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS-QN). Recente reportagem da Tribuna de Ituverava apontou que o município recebeu, no primeiro semestre de 2021, R$ 658.791,99 em ISS por conta das tarifas de pedágio das rodovias estaduais que integram o Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo.
Esse é o terceiro maior da região, atrás apenas de Franca (R$ 769.527,19) e de Orlândia (R$ 713.887,55).
Ainda assim, o valor não justifica todos os problemas causados pelo pedágio, já que cidades que não lidam com esse problema receberam valores próximos ao de Ituverava, como é o caso de Aramina (R$ 656.712,46), Batatais (R$ 645.831,88) e São Joaquim da Barra (R$ 644.623,66).

União
Por conta de tudo isso, é fundamental que a sociedade e as autoridades se unam para reivindicar com urgência uma redução no valor do pedágio, pois os anos têm passado e o comércio de Ituverava tem sido cada vez mais isolado, mesmo tendo potencial para atender toda a microrregião.