Black Friday 2025: golpe da letra trocada engana consumidores; veja como se proteger

À medida que aumentam as promoções e o senso de urgência dos consumidores, também se multiplicam as tentativas de fraude e as estratégias de golpistas (Foto Arquivo)

Prática conhecida como ‘typosquatting’ confunde ao criar sites falsos idênticos ao das grandes marcas. Confira os cuidados a tomar para evitar as fraudes mais comuns

Com consumidores cada vez mais engajados nas compras on-line, a chegada da Black Friday 2025 intensifica a corrida pelas melhores ofertas no e-commerce.

Entretanto, à medida que aumentam as promoções e o senso de urgência dos consumidores, também se multiplicam as tentativas de fraude e as estratégias de golpistas.

Entre as práticas mais comuns está o “typosquatting” — técnica em que criminosos criam sites com nomes e aparência quase idênticos aos de grandes marcas para enganar os consumidores.

Levantamento da empresa especializada em verificação de identidade digital Vereiff aponta que, durante a semana da Black Friday, o número de tentativas de golpe cresce, em média, 22%.

Difícil de perceber

A diretora de mercados emergentes da companhia, explica que, no “typosquatting”, os criminosos costumam alterar apenas uma letra ou o domínio do site — como trocar “.com” por “.co” — o que torna a fraude difícil de perceber.

Por isso, ela reforça que a atenção aos detalhes é fundamental para evitar cair nesse tipo de golpe.

“Uma boa dica é sempre usar o buscador para acessar o site oficial. Muitas vezes, o consumidor recebe uma mensagem por WhatsApp com uma promoção tentadora, algo como: “Olha, o tênis que está na moda está com 50% de desconto, clique aqui”. O link pode parecer verdadeiro, mas traz uma pequena diferença no endereço, como uma letra trocada, que passa despercebida — explica Andrea.

A especialista destaca que essa tática tem se tornado uma das mais comuns adotadas por golpistas em períodos de grande volume de compras on-line.

Para ajudar os consumidores a se proteger, a empresa listou quatro importantes dicas de prevenção. Confira:

– Verificar se o site é oficial, observando com atenção a URL e o domínio correto;
– Acessar lojas por buscadores confiáveis ou pelos favoritos do navegador;
– Evitar clicar em links recebidos por e-mail, mensagens ou anúncios suspeitos;
– Usar gerenciadores de senhas, que bloqueiam o preenchimento automático em domínios falsos.

Cuidados adicionais

Andrea também alerta para um cuidado adicional: desconfiar quando um site de uma loja conhecida solicitar novamente a senha, mesmo que o navegador costume preenchê-la automaticamente.

“Se o login normalmente é feito de forma automática e, de repente, o sistema pede a senha novamente, isso pode ser sinal de golpe”, afirma Andrea.

Além das precauções recomendadas aos consumidores, a especialista diz que é importante que as próprias empresas reforcem suas camadas de segurança, mesmo que isso torne o processo de compra um pouco mais demorado.

Segundo ela, medidas como a verificação em duas etapas, com o envio de códigos por SMS, ou o uso de reconhecimento facial, podem reduzir significativamente o risco de golpes.

“Entendemos que alguns segundos a mais podem parecer um obstáculo, mas uma verificação extra pode evitar grandes prejuízos. O custo de perder um cliente para um site falso é muito maior. No fim, o consumidor enganado pode culpar a marca verdadeira, acreditando ter comprado nela”, alerta Andrea.

Cuidado com a ‘maquiagem de preço’

A assessora técnica do Procon-SP, Nilciane Zalpa, alerta para importância de desconfiar de sites que restringem as formas de pagamento — especialmente aqueles que aceitam apenas PIX ou boleto bancário.

Ela recomenda dar preferência a meios de pagamento mais seguros, como cartão de crédito ou plataformas reconhecidas de pagamento.

“Caso o consumidor opte por pagar via boleto ou chave PIX, é fundamental verificar atentamente os dados do recebedor, certificando-se de que o nome corresponde à empresa ou pessoa correta. Se a compra for feita em nome de um CNPJ e o PIX estiver vinculado a um CPF, não realize o pagamento”, orienta Nilciane.

Para além do cuidado com os sites enganosos, a representante da entidade recomenda que o consumidor estabeleça um limite de gastos para evitar comprometer o orçamento e fique atento à chamada “maquiagem de preço” — prática em que o lojista aumenta o valor do produto semanas antes da Black Friday e depois o reduz ao preço original, simulando um desconto.

“Nessa época, é comum que o clima de promoção leve as pessoas a comprar por impulso, o que pode aumentar o endividamento. É preciso cautela e pesquisa antes de finalizar a compra”, alerta a especialista.

Nilciane lembra ainda que, em caso de arrependimento em compras feitas on-line, o Código de Defesa do Consumidor garante o direito à troca ou devolução, com reembolso de todos os custos envolvidos, incluindo o frete de envio e de devolução. Nas compras presenciais, em lojas físicas, a decisão de troca fica a critério do lojista.

Fonte : https://www.jornaldafranca.com.br/