O número é o segundo maior da microrregião, atrás apenas de Orlândia, com 392. Ituverava também lidera em óbitos causados pela dengue em 2025
Dados divulgados pelo Painel de Arboviroses da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo mostram que Ituverava regirou 319 casos de dengue em 2025.
O número é o segundo maior da microrregião, atrás apenas de Orlândia, com 392.
Em seguida vêm São Joaquim da Barra (169), Igarapava (70), Miguelópolis (59), Aramina (21), Rifaina (20), Jeriquara (19), Guará (13) e Buritizal (11). Ribeirão Preto, maior cidade da região, registrou 21.678 casos de dengue ao longo do ano, enquanto Franca, segunda maior, registrou 5.397.
Também segundo o Painel de Arboviroses, Ituverava lidera no número de óbitos causados pela dengue em 2025 na microrregião, com três mortes. Em Orlândia, foi uma. As demais cidades da microrregião não registraram óbitos causados pela doença neste ano.
Em Ribeirão Preto foram confirmadas 13 mortes e em Franca, 4.
O Estado de São Paulo registrou 860.490 casos de dengue em 2025 e 1.098 óbitos.
Preocupação
A preocupação com o avanço da doença não é exclusiva dos municípios paulistas. A Agência Brasil informou que o Ministério da Saúde promoveu uma ação de mobilização nacional contra a dengue no sábado, 8 de novembro.
O objetivo é conscientizar gestores públicos, profissionais da saúde e a população em geral sobre a importância das medidas recomendadas para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
“A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de cenário, de crescimento do número de casos”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a realização do Dia D contra a dengue.
“A iniciativa faz parte da campanha nacional ‘Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya’”.
“Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e orientação e identificar os pontos estratégicos a atacar nas cidades”, acrescentou o ministro.
Números
De acordo com o ministério, em 2025, foram registrados, até o momento, 1.611.826 casos prováveis de dengue e 1.688 mortes.
Ainda segundo a pasta, os resultados são, respectivamente, 75% e 72% inferiores aos do mesmo período de 2024.
Mesmo com a redução dos números, o ministro considera a situação alarmante.
Principalmente porque, historicamente, os números de casos de dengue, zika e chikungunya costumam aumentar entre novembro e maio, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Estado de alerta
Além disso, outro dado preocupa os técnicos do ministério: o aumento do número de municípios brasileiros em estado de alerta para a dengue.
Uma pesquisa realizada em agosto e setembro apontou que ao menos 30% das cidades já se encontravam nesta situação.
“O cenário exige atenção redobrada nos locais em alerta”, comentou o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta, chamando a atenção para a importância da participação da população no enfrentamento ao mosquito.
Segundo Pimenta, mais de 80% das larvas do Aedes aegypti encontradas por agentes de combate a endemias que visitaram imóveis em 3,2 mil municípios estavam em ambientes domiciliares, em locais como vasos de plantas, pratinhos, garrafas usadas, bebedouros, pneus, entulho e lixo.
E também, sucata, caixas d´água, cisternas, filtros, barris, calhas, ralos, vasos sanitários sem uso, tanques em obras, piscinas, fontes ornamentais e até mesmo em folhas de bromélias, casas de coco e cavidades de árvores.
Maior número de casos
Até o momento, as cinco unidades da federação com maior número de casos prováveis de dengue são: São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil). De acordo com o ministério, o estado de São Paulo também tem o maior número de óbitos.
O ministério garante que medidas já estão sendo adotadas para, em conjunto com estados e municípios, preparar a rede de saúde para um eventual aumento do número de casos.
Entre elas, o reforço na assistência, com equipes da Força Nacional de Saúde atuando em cidades com alta incidência da doença; instalação de centros de hidratação e a distribuição de insumos e equipamentos, incluindo larvicidas, testes e nebulizadores portáteis.
Vacina do Butantan
Para o ministro Alexandre Padilha, contudo, a maior aposta no enfrentamento à doença é a vacina que está sendo desenvolvida aqui mesmo, no Brasil, pelo Instituto Butantan, e que será produzida, em parceria, por um fabricante chinês.
De acordo com o ministro, a expectativa é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o imunizante até o fim deste ano, para que as primeiras doses possam ser aplicadas já em 2026.
“Os estudos finais da Anvisa estão indo muito bem e o calendário que anunciamos em março deste ano vai ser cumprido: teremos o registro da vacina para dengue 100% brasileira até o final deste ano, para que possamos reforçar nosso Programa Nacional de Imunização já no ano que vem”, disse Padilha.
O ministro explica que, após a aprovação da Anvisa, especialistas do Comitê Técnico do Programa Nacional definirão a melhor estratégia de imunização, incluindo critérios de distribuição.
De acordo com ele, a previsão é que a farmacêutica chinesa WuXi Biologics produza e entregue para o Brasil 40 milhões de doses da vacina no próximo ano.
Papel da população
Como tem defendido a Tribuna de Ituverava ao longo dos anos, é fundamental que a população faça a sua parte no combate ao Aedes aegypti, até porque a maior parte dos criadouros do mosquito está dentro das residências.
A orientação é que as pessoas dediquem alguns minutos do dia para eliminar possíveis focos do mosquito.
Dentre as ações recomendadas estão: certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados, retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas, guardar pneus em locais cobertos e guardar garrafas com a boca virada para baixo.
Limpeza periódica
Também é importante realizar a limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos de escoamentos de água, limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras e também lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha.
Essas ações são simples e podem evitar uma doença bastante perigosa. Afinal, como também tem alertado a Tribuna de Ituverava, a dengue mata. A vítima pode ser você!
Número da Dengue na região
Orlândia
Casos confirmados: 392
Óbitos: 1
Ituverava
Casos confirmados: 319
Óbitos: 3
São Joaquim da Barra
Casos confirmados: 169
Óbitos: 0
Igarapava
Casos confirmados: 70
Óbitos: 0
Miguelópolis
Casos confirmados: 59
Óbitos: 0
Aramina
Casos confirmados: 21
Óbitos: 0
Rifaina
Casos confirmados: 20
Óbitos: 0
Jeriquara
Casos confirmados: 19
Óbitos: 0
Guará
Casos confirmados: 13
Óbitos: 0
Buritizal
Casos confirmados: 11
Óbitos: 0
CIDADES MAIORES
Ribeirão Preto
Casos confirmados: 21.678
Óbitos: 13
Franca
Casos confirmados: 5.397
Óbitos: 4

