Stanley Kubrick em quatro adaptações cinematográficas de obras literárias

O cineasta Stanley Kubrick

Recentemente, encontrei em um sebo um livro bastante interessante e completo sobre a obra de Stanley Kubrick, um dos meus cineastas favoritos.
Ao longo da obra – que é organizada por Michel Ciment e intitulada “Conversas com Kubrick” –, o diretor fala bastante sobre o seu interesse em adaptar obras literárias.
Não por acaso, Kubrick fez isso muitas vezes e sempre alcançou resultados memoráveis. Confira alguns deles:

Breve romance de sonho (Arthur Schnitzler)
A brilhante narrativa de Arthur Schnitzler, publicada em 1926, explora muito bem questões psicológicas do personagem central, um jovem médico que após sentir ciúmes de sua esposa, vive uma noite repleta de mistérios e fantasia.
Com uma roupagem moderna, a obra foi adaptada para o cinema por Kubrick no filme “De olhos bem fechados”, lançado em 1999, com Tom Cruise e Nicole Kidman.

2001 – Uma odisseia no espaço (Arthur C. Clarke)
Considerado um dos melhores filmes de todos os tempos, “2001 – Uma odisséia no espaço” tem roteiro de Arthur C. Clarke, responsável por também escrever o livro.
A obra literária utiliza capítulos curtos e uma linguagem envolvente para contar a história de ficção científica.
No cinema, vários momentos do longa de Stanley Kubrick são memoráveis, com destaque para a cena de abertura, ao som de Richard Strauss.

Laranja Mecânica (Anthony Burgess)
A inovadora e polêmica história protagonizada por Alex foi um marco na cultura, especialmente após o livro ser adaptado para o cinema por Stanley Kubrick, em 1971.
A história traz importantes reflexões sobre o livre-arbítrio, a violência e a sociedade e uma interpretação magistral de Malcolm McDowell.

O Iluminado (Stephen King)
Por mais que o autor do livro critique a adaptação de Kubrick, é inegável que “O Iluminado” é um dos melhores filmes de terror de todos os tempos.
Jack Nicholson está bastante inspirado e muitas das cenas continuam a provocar arrepios até hoje.

BRUNO ÍNACIO

Bruno Inácio é jornalista, mestre em comunicação e autor de “Desprazeres existenciais em colapso” (Patuá), “Desemprego e outras heresias” (Sabiá Livros) e “De repente nenhum som” (Sabiá Livros).
É colaborador do Jornal Rascunho, do Le Monde Diplomatique e da São Paulo Review e tem textos publicados em veículos como Rolling Stone Brasil e Estado de Minas Gerais.